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Os chalupas que fazem correr muita tinta – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 30, 2023

Em livrinho recente, o teólogo espanhol Luis Santamaria del Rio calcula que a pertença dos portugueses a seitas religiosas ronda os dois por cento, valor que é o dobro da média europeia. Ainda assim, a estimativa é baixa. Com certeza o dr. del Rio não considerou os membros das seitas “climáticas”, por aqui chamados de “activistas” para disfarçar e confundir teólogos estrangeiros. Se a semana que passou serve de amostra, eu diria que uns dez por cento dos portugueses frequentam cultos do género. O número deve subir para trinta por cento se considerarmos apenas os jovens.

Vamos aos factos. Num dia, os “activistas”, jovens e portugueses, invadiram uma conferência em que participava o ministro do Ambiente e pintaram o homem de verde. No dia seguinte, os “activistas”, portugueses e jovens, invadiram uma conferência sobre aviação na FIL e pintaram as portas de vermelho. Por fim, saiu a notícia de que seis “activistas”, naturalmente jovens e naturalmente portugueses, rumaram de bicicleta (estou a brincar: foram de comboio) a Estrasburgo, de modo a comparecer ao julgamento, no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, de uma queixa que haviam apresentado em 2020 contra 32 países da União Europeia. A queixa versa a “inacção” em matéria de “emergência climática” e os queixosos tinham, à data do início do processo, entre 8 e 21 anos.

A conclusão imediata a tirar é que, por cá, as manifestações ambientais não incluem cola. Por escassez de acervo digno, e o receio de andar durante meses com uma obra de Cabrita Reis agarrada às mãos, os nossos “activistas” evitam a adesão (digamos) a peças artísticas que faz furor lá fora.

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