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A União cresce para onde? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 5, 2023

Na política europeia, o alargamento é o tema do dia. Foi capa da Economist, objeto de um editorial no El País e será tema principal de uma cimeira informal de líderes em Granada. Para quem não viva na bolha, a ideia de que a União Europeia esteja agora concentrada em expandir-se pode soar exótica. Afinal de contas, todos os dias nos recordam dos sacrifícios a que nos sujeitamos por conta da guerra da Ucrânia, das dificuldades económicas da inflação ou dos confrontos que fragmentam os nossos sistemas políticos.

Mas a discussão do alargamento vem fazendo o seu caminho, sobretudo como resultado da perceção de estagnação da União Europeia (o Tratado de Lisboa foi assinado já em 2009 e a saída do Reino Unido foi a última alteração ao grupo de Estados-Membros) e da necessidade de alargar o bloco europeu para melhor competir num mundo menos unipolar. Esses argumentos têm valor. A última década trouxe crises aparentemente intermináveis para a UE, afetando a economia, a segurança interna, o controlo de fronteiras, a defesa e até a gestão de crises de saúde pública. Em cada uma delas, a continuidade da União foi posta em causa e, por vezes, seriamente discutida. Ainda que tenha sobrevivido – e para tal criado novos instrumentos que alargaram os seus poderes na gestão orçamental, na segurança e até na defesa –, a ideia de fragilidade tornou-se inseparável da União Europeia.

O alargamento seria uma má solução para esse problema. Ainda que acrescentar novos membros pudesse trazer algum dinamismo, as causas mais profundas das crises permaneceriam. Ainda assim, incentivos errados não devem impedir o avanço de boas decisões e o alargamento da União Europeia seria uma boa decisão mesmo que não resolvesse qualquer problema estrutural.

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