• Seg. Set 23rd, 2024

Julián Ayesta e o ultra-romantismo da culpa – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 8, 2023

Publicado em 1952, Helena ou o mar do verão impressionou os leitores da altura. Em causa estava uma narrativa que mostrava a influência do catolicismo na Espanha do pós-guerra, condicionando a moral, impondo uma forma de ver, usando a ideia de culpa como método de controlo. Romance de um autor que foi principalmente dramaturgo, este é o único livro de Julián Ayesta (1919-1996) publicado em Portugal.

A história é simples e curta. Nos anos 50, um rapaz — aqui narrador — espera pela chegada do Verão e dos primos. Entre eles estava Helena, que a passagem do tempo transformou: em vez de uma criança, eis uma adolescente. Perante esta fase de transição, também do narrador, temos a exploração da mudança etária e, em simultâneo, o peso que a moral católica impunha. Aliás: finda a leitura, acaba por ser este último o que parece mais pungente em toda a narrativa.

Com um total de sete capítulos, o romance compõe-se por três sobre o primeiro verão (na primeira pessoa, o narrador conta a inocência dos seus primeiros passos), um sobre o inverno (um monólogo interno, a que já voltaremos) e mais três sobre o verão seguinte (em plena pré-adolescência, o rapaz já começa a ter uns laivos do que é o mundo dos adultos). Ao discorrer sobre a vida, o leitor vai tendo uma janela aberta para a cabeça de uma criança de uma família bem-na-vida das Astúrias.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *