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O conflito israelo-palestiniano ano a ano. Guerras, intifadas e (poucos) acordos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 11, 2023

Quando, em 1957, as tropas israelitas abandonaram a Faixa de Gaza e a Península de Sinai, a ONU manteve as suas tropas ao longo da linha de cessar-fogo, para impedir a escalada do conflito. E o Egipto manteve também a proibição de Israel passar no Canal do Suez. Esta interdição durou, aliás, mais de dez anos. Mas os ataques de Israel não desapareceram: em abril de 1967, o exército israelita ataca as forças de resistência na Síria e os árabes começam a unir esforços nas fronteiras com Israel. É então nesta altura que o primeiro-ministro egípcio Gamal Abdel Nasser ordena a retirada das tropas das Nações Unidas e fecha o Estreito de Tiran — entre o Egipto e as ilhas de Tiran e que permite o acesso ao Mar Vermelho. Israel e todos os navios com destino a Israel ficam proibidos de circular naquela zona e, a 5 de julho, começa aquela que ficou então conhecida como a Guerra dos Seis Dias. Israel considerava que aquela proibição era uma violação do Direito Internacional e que iria prejudicar a economia, por imposição de restrições de circulação.

Israel deu início a um ataque que terminaria seis dias depois, a 10 de junho, com a sua vitória e, durante estes dias, o exército israelita consegue ampliar largamente o seu território. A Península de Sinai e a Faixa de Gaza — até aqui do Egipto — passam para o domínio de Israel, as colinas de Golã deixam de estar sob o domínio da Síria e Jerusalém Oriental e a Cisjordânia deixam de pertencer à Jordânia. Além disso, Israel voltou a circular no Estreito de Tiran.

Durante esta guerra há ainda um ponto importante, que é Jerusalém. Durante este conflito, o acordo que tinha sido feito entre Israel e a Jordânia em 1949, e que previa a divisão de Jerusalém, terminou e a cidade ficou unicamente sob o domínio israelita.

O Conselho de Segurança da ONU apelou, tal como tem feito ao longo dos anos, ao fim do conflito, mas Israel só mostrou abertura para dar início a um acordo de cessar-fogo quando, por acidente, atacou um navio americano, num bombardeamento que resultou na morte de mais de 30 norte-americanos.

Morreram milhares de palestinianos e centenas de israelitas nesta guerra, em apenas seis dias. Apesar de aceitarem o acordo de cessar-fogo, a posição dos países árabes manteve-se: continuavam a não reconhecer Israel como um Estado.

Também neste ano, as Nações Unidas avançam com a assinatura da Resolução 242, para obrigar Israel a sair dos territórios ocupados e para resolver o problema que a Guerra dos Seis Dias tinha causado — a crise de refugiados. A Resolução 242 nunca foi cumprida por Israel, que garantiu só o fazer quando os países árabes estivessem dispostos a reconhecer o Estado de Israel.



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