Dois jovens do Climáximo colaram-se esta quarta-feira de manhã ao interior de um avião que ia fazer a ligação Lisboa-Porto, num protesto contra os voos de curta duração que dizem ser “inúteis” e “desnecessários”.
“Colamo-nos a um avião Lisboa-Porto. O governo e a indústria da aviação estão a matar descaradamente todos os dias milhares de pessoas com voos inúteis“, sublinha o grupo numa publicação partilhada na conta de Instagram e do Facebook. Em alternativa, o Climáximo apela ao governo que faça uma aposta em transportes públicos “renováveis, gratuitos e de qualidade”, nomeadamente através de um maior investimento na ferrovia.
“O nosso governo não só continua a atirar gasolina para a fogueira, como ainda atira areia para os nossos olhos. Em Portugal há hoje menos ferrovia que no século passado, encerraram-se mais de 100 estações quando nós precisamos de transportes públicos renováveis, gratuitos e de qualidade. Eles não têm qualquer plano para garantir a nossa sobrevivência. Se estamos entregues a governantes que conscientemente condenam milhares à morte, temos o dever de resistir”, acrescentam.
Alice Gato, uma das jovens que se colou ao avião, afirmou que é “absolutamente insano” que o governo e as empresas continuem a permitir este tipo de ligações. “Isto é atirar gasolina para uma casa em chamas. Como é que é possível o nosso governo e as nossas empresas permitirem que estes voos aconteçam quando nós precisamos de cortar emissões”, sublinhou no vídeo partilhado pelo coletivo.
Do peacekeeping nas ações à “desobediência civil repetida” (e o risco de prisão). Os bastidores de uma ação de recrutamento do Climáximo
Ao longo do último mês, o Climáximo tem realizado múltiplas ações de protesto em Lisboa. No sábado passado, cinco manifestantes do coletivo paralisaram a Avenida 24 de julho durante cerca de meia hora. Na mesma semana, dois membros do coletivo lançaram tinta vermelha sobre um quadro de Picasso, exposto no Centro Cultural de Belém e apoiantes do grupo invadiram um campo de golfe do Paço do Lumiar e despejaram cimento nos buracos do campo.