• Ter. Set 24th, 2024

Das omissões sobre o Hamas à condenação explícita. O que mudou e o que ficou igual no discurso da esquerda – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 20, 2023

Discursos que vão subindo de tom e alterações pouco cirúrgicas. Com o ataque do Hamas contra Israel, a 7 de outubro, a esquerda portuguesa viu-se obrigada a uma ginástica diferente: conjugar o seu apoio de sempre à causa e autodeterminação da Palestina com uma condenação dos atos do grupo que a União Europeia classifica como terrorista. Durante estes dias, Bloco de Esquerda e PCP foram acusados de não condenarem liminarmente o Hamas, de agirem de forma “racista” e até de “apoiarem” atos terroristas, e responderam recusando “calúnias” e mentiras “grotescas”. E o partido liderado por Mariana Mortágua, em particular, reagiu dando uns toques no discurso e endurecendo o tom contra o grupo que levou mais de 200 reféns para Gaza.

A fórmula não foi imediata: do lado do Bloco, a reação do partido começou por se resumir a um tweet de Marisa Matias que não falava no Hamas, mas foi evoluindo ao longo da semana — com o passar dos dias, termos como “atos de terror” e “atos terroristas” entraram no léxico de sucessivos discursos bloquistas — e até acabou com Catarina Martins a arrasar o grupo islâmico, que disse considerar “de extrema-direita”, “o oposto de tudo aquilo em que o Bloco acredita”.

E o partido parece alinhado — pelo menos, a maior fação crítica da atual liderança (minoritária no partido), que se desentendeu com a direção sobre a questão da Ucrânia, desta vez mostra-se de acordo com a cúpula e faz equivaler os atos do Hamas ao “terrorismo” do Estado de Israel. “O Bloco já condenou os atos terroristas do Hamas contra população civil e já se demarcou politicamente do Hamas”, frisa a cara mais conhecida do movimento Convergência, Pedro Soares, em resposta ao Observador. “No entanto, se alguém espera que a esquerda se cale sobre o terrorismo de Estado de Israel contra o povo palestiniano, tenho a convicção que vai ter de esperar sentado. A luta palestiniana pela libertação já existia muito antes de haver Hamas. Não esquecemos a história que deu origem a tudo isto”.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *