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que museu é este? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 22, 2023

Depois de 15 anos aberto ao público como Museu Berardo, o Módulo 3 do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, foi parcialmente renovado e vai apresentar-se oficialmente, a partir de sexta-feira, com o título de Museu de Arte Contemporânea/CCB. Lá dentro, os mais de 6000 m2 de área expositiva vão albergar três coleções de arte feitas segundo a vontade de três privados:

  • A Coleção Berardo, com 862 obras, reunida entre os anos 1992 e 1999, pelo empresário madeirense José Berardo, a braços com vários processos judiciais que o indiciam de crimes de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais, sendo acusado de dever à banca quase mil milhões de euros e estando, por isso, este acervo artístico arrestado;
  • A Coleção Ellipse, com mais de 800 peças, constituída entre 2004 e 2008, pelo fundador e administrador do Banco Privado Português, João Rendeiro, que fugiu do país, em 2021, após lida a sentença do tribunal que o condenava à prisão por burla qualificada, tendo cometido suicídio por enforcamento numa prisão de Durban, na África do Sul, em maio de 2022;
  • E, finalmente, a Coleção Teixeira de Freitas, agrupada pelo advogado brasileiro Luiz Augusto Teixeira de Freitas há muito radicado em Portugal, entre 2000 e 2014, e que agora assina um acordo de comodato com o Estado Português por dez anos (renováveis), ficando mais de mil obras depositadas no CCB, sobretudo desenho, instalação e escultura. Pontualmente, acrescem a estes acervos várias peças da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE).

“O público terá acesso a um museu com valências muito mais abrangentes. Este será o primeiro ensaio sobre o cruzamento das três coleções, que propiciam um olhar mais globalizado da arte contemporânea, que não se foca apenas na arte europeia e ocidental, em geral, como acontecia com a Coleção Berardo por si só, mas que abarca também outras geografias e culturas, como o Brasil, a América Latina e o Próximo Oriente, estendendo-se no tempo até ao presente”, explica ao Observador Delfim Sardo, o administrador do CCB com o pelouro da programação e um dos curadores nacionais mais conceituados, que regressa a Belém depois de ter sido responsável pelo Centro de Exposições da casa entre 2003 e 2006, e de ter passado pela direção de artes visuais da Culturgest.

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