• Dom. Set 22nd, 2024

Porzingis faz história, Doncic “eclipsa” Wembanyama e Jokic foi mais do mesmo – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 26, 2023

A NBA é jogo. Espectáculo. Entretenimento. É tudo isso e muito mais, sempre alicerçado em números. Ali, seja por contexto da modalidade ou cultura norte-americana, as estatísticas saltam tipo pop-up sem qualquer bloqueio de anúncio em cada jogada, em cada lançamento, em cada ressalto, em cada assistência. Também aí, o impacto de Neemias Queta durante a pré-temporada deixou literalmente marca. O jornal A Bola juntou uma série de dados entre os 441 jogadores que fizeram mais de dois encontros com pelo menos dez minutos de média e chegou à conclusão que o poste português foi aquele que teve melhor net rating, que é como quem diz melhor saldo positivo entre pontos marcados e sofridos pela equipa numa média de 100 posses de bola por jogo à frente, por exemplo, de uma das grandes estrelas da prova, Devon Booker.

Se a opção dos Boston Celtics pelo jogador dispensado pelos Sacramento Kings já trazia em si uma maior dose de esperança de utilização na equipa principal mesmo tendo um contrato de two-way (a temporada dos Maine Celtics ainda não começou), o rendimento apresentado nos testes iniciais mostrou que Neemias Queta podia mesmo ter minutos na rotação do conjunto de Joe Mazzulla. No entanto, no primeiro encontro oficial da época, o poste acabou por não sair do banco, o que se tornou quase “provável” tendo em conta o cinco inicial e o que o encontro deu. Por um lado, Derrick White foi titular em vez de Al Horford, o que colocava o português como terceiro big man a sair do banco; por outro, o letão Kristaps Porzingis teve uma noite de sonho, tornando-se o jogador da história dos Celtics com mais pontos no jogo de estreia (30). Os Celtics ganharam no Madison Square Garden aos Knicks por 108-104, com Jayson Tatum a fazer também 34 pontos.

Mazzulla acabou o encontro a utilizar apenas nove jogadores, com os titulares White, Jrue Holiday, Tatum, Jaylen Brown e Porzingis a rodarem com Al Horford (que teve quase 28 minutos de jogo), Sam Hauser, Payton Pritchard e Luke Kornet. E foi no último, uma espécie de “rival direto” de Neemias a nível de tempo de utilização, que voltaram a cair algumas críticas pela falta de números durante os minutos que teve, com apenas duas assistências e um ressalto em 7.59 minutos. Assim, abre-se mais uma vez a possibilidade de jogo para o português na próxima partida, a primeira no TD Garden na fase regular e logo numa reedição da final de conferência da última temporada frente aos Miami Heat (madrugada de sábado).

Ainda assim, e para já, Neemias Queta faz parte de um grupo alargado como nunca se viu na NBA que esteve em destaque no arranque da época regular: os estrangeiros. Pela primeira vez começam a temporada na liga de basquetebol norte-americana um total de 125 jogadores não nacionais (mais de metade vindos da Europa, num total de 40 países por todo o mundo que “perde” para os 42 de 2017/18), com o Canadá a ser o grande representante com 26 seguido de França (14), Austrália (nove), Sérvia (sete) e a campeã mundial Alemanha (seis). Entre eles destacaram-se logo a abrir dois fortes candidatos ao prémio de MVP.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Logo a abrir a competição, Nikola Jokic. É certo que, olhando para a entrega dos anéis de campeão e todo o ambiente de festa que ainda se vivia em Denver, se temia algum relaxamento nos Nuggets mas, entre um jogo em que Jamal Murray andou “pegado” com os árbitros desde início apesar dos 21 pontos, o poste sérvio lá voltou a mostrar o porquê de ser um dos melhores jogadores da atualidade naquele estilo quase alheado de tudo o que está à sua volta com desejo de voltar ao sossego da sua terra e dos seus cavalos (foi aí que recebeu o prémio de MVP da última época…), iniciando a temporada com um triplo duplo que permitiu a vitória com os Los Angeles Lakers por 119-108, fazendo 29 pontos, 13 ressaltos e 11 assistências. Do outro lado, sobrou uma grande questão: a utilização de LeBron James durante apenas 29 minutos, ficando no banco em fases em que a equipa poderia voltar a colar no marcador, foi algo conjuntural ou vai tornar-se uma nova regra?

Já esta madrugada, quando todos os olhos estavam centrados na estreia do francês Victor Wembanyama, eis que se voltou de novo a mostrar o esloveno Luka Doncic. As coisas até começaram da melhor forma para o número 1 do draft, fazendo um desarme de lançamento a Kyrie Irving e um triplo logo de seguida, mas o acumular de faltas demasiado cedo acabou por tornar mais discreto esse primeiro encontro na NBA, com um total de 15 pontos, cinco ressaltos e duas assistências em 23.19 minutos de utilização. Os San Antonio Spurs, que na última época tiveram um saldo de 22-68 mas esperam agora melhorar esses números, começaram com uma derrota diante dos Dallas Mavericks, que viram Doncic começar a temporada com 33 pontos, 13 ressaltos e dez assistências para um triplo duplo em 34.15 minutos que valeu o triunfo por 126-119.

Além dos supracitados, e olhando apenas para os maiores entre os maiores, ainda há o base-extremo-poste (e mais posições existissem) grego Giannis Antetokounmpo dos Milwaukee Bucks, reforçados agora por outra estrela como Damian Lillard, e o poste camaronês com nacionalidade francesa Joel Embiid, dos Philadelphia Sixers, entre outros. E é por todos eles que se percebe que esta NBA cada vez mais global vai ser em grande parte escrita por jogadores não norte-americanos, das grandes estrelas ao português Neemias Queta.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *