Ricardo Salgado olhou para a Venezuela de Hugo Chávez e Nicolás Maduro como uma desesperada boia de salvação para o Grupo Espírito Santo (GES) — que estava em falência técnica desde 2009. E, para tal, contou com a preciosa ajuda de Rafael Ramirez, o poderoso ministro da Energia de Chávez e presidente, entre 2004 e 2014, da Petróleos da Venezuela (PDVSA), que chegou a liderar o Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2016, enquanto ali foi embaixador venezuelano. Salgado contou também com o número dois de Ramirez, Nervis Villalobos, ex-vice-ministro da Energia.
Foi através da sociedade offshore Canaima Finance Limited que Salgado terá pago a Ramirez cerca de 47,8 milhões de dólares via saco azul do GES, segundo a acusação do MP, noticiada em primeira mão pelo Observador a 19 de outubro. Dessa forma terá conseguido construir uma espécie de pipeline, não de petróleo ou gás, mas sim de dólares entre, por um lado, a PDVSA e as restantes empresas do setor energético venezuelano que geriam ativos superiores a 100 mil milhões de euros e, por outro lado, o BES e as várias holdings do GES.
Como foi desmascarado o carrossel do GES com a Venezuela que tornou Salgado suspeito de associação criminosa
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.