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Uma ribeira que secou e uma espécie única que desapareceu. O peixe alentejano que poderá estar extinto por causa das alterações climáticas – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 1, 2023

Quando, há poucas semanas, um grupo de ambientalistas da organização Zero visitaram a ribeira do Torgal, pequeno afluente do rio Mira situado na periferia de Odemira, “foi uma grande tristeza”. As palavras são de Paulo Lucas, dirigente da associação ambientalista, que fez parte do grupo que recentemente descobriu a ribeira do Torgal completamente seca.

Durante séculos, aquele foi um curso de água permanente. Agora, a escassez de água poderá ter convertido a ribeira num curso de água intermitente que seca no verão — como já acontece com dezenas de outros cursos de água. O pior de tudo? Aquela ribeira era o único lugar do planeta onde vivia o escalo-do-mira, um pequeno peixe de água doce que já era uma das espécies mais ameaçadas do país e que agora poderá estar totalmente extinto. A única esperança reside num pequeno pego onde ainda restava alguma água — mas mesmo aí, a existência de vários predadores é uma ameaça àquela pequena espécie que, além disso, precisa das correntes para sobreviver.

A viagem ao Baixo Alentejo nem foi especialmente motivada pelo escalo-do-mira. Na verdade, a associação visita com frequência aquela região do país para “ver a situação das estufas” que abundam por ali e que a Zero tem denunciado como um problema de agricultura intensiva que ameaça o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. “Estávamos de passagem por lá e, como já tínhamos estado ligados à ribeira do Torgal, fizemos uma derivação no caminho e fomos verificar como estava. Foi uma constatação… Quando vimos o leito todo seco, no início, não nos caiu a ficha. Mas depois começámos a pensar: onde é que está o escalo?”

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