As teorias económicas e as investigações empíricas parecem provar (o parecem é porque realmente nunca sabemos) que a globalização, com liberdade de circulação de bens, serviços, capital e pessoas, se traduz num crescimento mais significativo do que o proteccionismo. O mundo, globalmente, fica mais rico, embora alguns grupos possam perder. O mesmo, com as devidas adaptações, se verifica com as empresas que procuram minimizar os custos produzindo cada uma das suas peças nos sítios onde é mais barato, para montarem depois o puzzle.
A crise financeira de 2007/08 primeiro, a pandemia de forma mais dramática e os conflitos na Ucrânia e agora no Médio Oriente vieram abalar as convicções na globalização e no liberalismo e alterar as práticas dos governantes e até dos próprios gestores e accionistas. E eis que estamos a assistir à desglobalização, ou ao reajustamento da globalização, e ao regresso da política pública industrial, sinónimo de proteccionismo.
Estamos perante uma escolha entre mais rendimento ou mais segurança económica e, neste momento, os governos estão a escolher mais segurança, tal como algumas multinacionais. Claro que, como alerta a The Economist, o crescimento global vai ser pior e se Donald Trump ganhar as eleições nos Estados Unidos e aplicar a sua proposta de tarifa de 10% sobre todas as importações, a situação ainda será pior. Os cidadãos em geral só terão de estar conscientes de que estão a escolher aumentar menos o seu rendimento em troca do que se perceciona como mais segurança económica.
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