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o tempo certo das palavras, os limites do humor e o que está por escrever neste novo festival literário – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 7, 2023

O Utopia nasceu com ambição, querendo fazer jus ao nome que adotou. Os objetivos da organização, a The Book Company (pertencente ao grupo editorial Penguim Random House) foram claros desde o início: a internacionalização, sem nunca abandonar Braga, apontando mira para Espanha, onde planeia estrear-se já em 2025, e para a América Latina (com Colômbia e México como possíveis anfitriões); a curadoria de uma programação com nomes da primeira linha da literatura nacional e internacional (são mais de 100 oradores a marcar presença nesta primeira edição); a envolvência de diferentes agentes da cidade, alargando o festival para espectros pouco usais, como as empresas da região; e a aproximação das livrarias bracarenses a um público mais segmentado do que o habitual frequentador da Feira do Livro (entretanto suspensa). “Queremos fazer uma marca global literária”, declarou Paulo Ferreira ao Observador, já depois de ter dito ao Público que queria fazer do festival (cujo investimento ronda os 300 mil euros) “o maior evento literário do país”.

Terminado o primeiro fim-de-semana, ficámos com a sensação de que ainda estamos longe de testemunhar todo o potencial anunciado. Embora tivéssemos saído de Braga com boas conversas para degustar no regresso a casa, faltou um verdadeiro efeito de novidade que acentuasse uma diferença clara entre o Utopia e outros festivais literários portugueses. “É impossível numa primeira edição de doze dias abarcamos tudo. Vamos caminhando e lá chegaremos”, ressalvou o diretor da The Book Company.

Os indícios, contudo, são positivos e temos razões para estar otimistas. Desde logo, a consistência da programação, com nomes como a romancista russa Ludmila Ulitskaya, crónica indicada ao Prémio Nobel, que será entrevistada por Isabel Lucas no dia 11 de novembro (16h); as entrevistas de vida ao filósofo francês Gilles Lipovetsky (11 nov., 18h), a Lídia Jorge (12 nov., 18h) ou a Miguel Esteves Cardoso, esta última já realizada; o workshop “Como escrever um romance”, lecionado por João Tordo nos dias 10 de novembro, às 18h30 (parte I) e 11 de novembro, às 10h (parte II); o diálogo com outras disciplinas artísticas, seja através do espetáculo inédito e multidisciplinar já apresentado por Afonso Cruz (O que a chama iluminou), o concerto de Mallu Magalhães, no Theatro Circo (11 nov., 21h30) e a conversa com David Mitchell, argumentista de Matrix (11 nov., 15h); ou as exposições paralelas apresentadas na Galeria do Paço.

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