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Urgências com constrangimentos em Évora e norte do país. No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, predominam os doentes críticos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 19, 2023

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a afluência abrandou, mas há uma “preocupação com os doentes críticos”. No Hospital do Espírito Santo de Évora, verificam-se constrangimentos no Serviço de Urgência Polivalente. São apenas dois dos vários hospitais do país que estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações em completar as escalas de médicos.

Anabela Oliveira, chefe da equipa de urgência dos serviços centrais do Hospital de Santa Maria, admite que a afluência ao maior hospital do país abrandou, mas alerta para uma preocupação. “O que predomina são os doentes críticos, doentes agudos, com situações graves”, disse aos jornalistas no final da manhã desde domingo. “Temos três doentes a ser abordados na sala de reanimação, nas nossas salas de emergência, e vários doentes que estão a aguardar vaga de internamento ou para serem transferidos para a sua área de residência”, acrescentou.

Já em Évora, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) está com constrangimentos no funcionamento do Serviço de Urgência Polivalente desde as 10h deste domingo e até às 12h de segunda-feira. É o que consta no comunicado enviado à agência Lusa. Nestes dias, os constrangimentos vão incidir nas equipas de Cirurgia Geral e Medicina Interna, que “garantirão resposta às situações urgentes e emergentes, apenas a doentes encaminhados pelo CODU/INEM”.

O HESE apela a todos os utentes para contactarem a Linha de Saúde 24, para que sejam “devidamente encaminhados, em função da gravidade do seu quadro clínico” — procedimento que está a ser pedido noutras unidades hospitalares.

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Miguel Guimarães, ex-bastonário da ordem dos médicos, sobre a pressão no SNS: “Os centros de saúde também estão muito saturados”

As limitações nos serviços “decorrem das declarações de indisponibilidade para realização de trabalho extraordinário, para além das 150 horas/ano obrigatórias por lei, apresentadas pelos médicos das várias especialidades”, justificou o HESE.

Miguel Guimarães, ex-bastonário da ordem dos médicos, refere à Rádio Observador que “já se começam a sentir constrangimentos” também nos hospitais a norte. Ainda assim, “a pressão no norte está a ser menor”, admite. Guimarães destaca a falta de organização do SNS e acrescenta que Manuel Pizarro, ministro da Saúde, tem de negociar “de forma transparente”.

Mais de 2.500 médicos entregaram escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, em protesto após mais de 18 meses de negociações sindicais com o Governo. Esta crise na Saúde já levou o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, a admitir que este mês poderá ser dramático, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.



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