Ao fim de seis décadas de vida, George Monbiot ainda não se cansou de dar a voz pelo ativismo ambiental. Analisando o seu percurso, não surpreende: trata-se de um homem que trocou o curso de Zoologia pelo jornalismo, que foi espancado quando estava a investigar tráfico de madeira ilegal da Amazónia, no estado do Maranhão, e que quase morreu de malária cerebral no decurso de uma reportagem no Quénia.
Além da coluna no The Guardian que mantém desde 1996 e de alguns artigos longos que vai assinando para o mesmo jornal britânico, Monbiot dedica-se a escrever livros: uns detalham alguns dos maiores problemas ambientais do nosso tempo e como (tentar) resolvê-los, outros são concebidos a partir de uma posição assumidamente à esquerda e desafiam o atual sistema político. Em Feral, por exemplo, defende a reflorestação e reintrodução de ecossistemas; já com Out of the Wreckage, critica o que diz ser uma “ideologia tóxica que governa o mundo” de “competição e individualismo” e propõe modelos de cooperação.
Quer num caso, quer noutro, está patente um espírito combativo que não desarma, mesmo perante o desespero. E mesmo que não se concorde com as suas ideias, Monbiot colhe admiração dos diversos quadrantes do espectro político pela profundidade com que se dedica aos temas — aliás, foi o que o levou a vencer o Prémio Orwell na categoria de Jornalismo em 2022.
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