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Peter Handke e um poema aos derrotados no Teatro Aberto – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 15, 2023

Logo em 1967, pouco depois de estrear a sua primeira peça, Peter Handke afirmava: “Não tenho temas sobre os quais queira escrever, só tenho um objetivo, compreender-me melhor”. A frase, algo solipsista é, ainda assim uma profecia auto-realizada. De facto, Handke e as suas personagens são uma espécie de Édipos carregando mundo fora o enigma da sua origem como um buraco negro que tudo suga, mas que os impele a continuar.

Da poesia aos filmes, dos romances ao teatro até ao seu polémico apoio a Slobodan Milošević, a sua biografia mistura-se com a ficção onde ele tenta capturar a passagem do tempo com a eternidade daqueles instantes em que as sensações são mais verdadeiras. E talvez em nenhuma outra obra ele tenha avançado tanto pelos territórios e paisagens da sua história pessoal como neste longo monólogo que intitulou Tempestade Ainda, a partir de uma didascália da peça Rei Lear, de Shakespeare.

A obra, escrita para teatro, é uma longa conversa de um homem com os seus mortos, ao mesmo tempo é uma forma de dizer que nem sempre a história é escrita pelos vencedores. Há também a história dos derrotados, dos perdedores, dos que perderam a terra, a língua, o direito a existirem.

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