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Mulher sofre aborto espontâneo em casa. Agora, é acusada de profanação de cadáver – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Dez 28, 2023

Uma mulher de 33 anos, residente no Ohio, está a ser acusada de profanação de cadáver, depois de ter alegadamente sofrido um aborto espontâneo em casa. Um caso que está a levantar questões sobre os procedimentos em gravidezes inviáveis, depois da decisão do Supremo Tribunal ter revogado a lei que dava à mulher o direito de abortar até cerca das 23 semanas de gravidez.

De acordo com os relatórios médicos e policiais consultados pela CNN e pelo The Washington Post, a mulher, que estava grávida de quase 22 semanas, ter-se-á deslocado ao hospital, onde os médicos confirmaram que a gravidez não era viável.

No dia 19 de setembro, Brittany Watts ter-se-á deslocado ao St. Joseph’s Hospital, queixando-se de dores fortes e apresentando perdas de sangue abundantes. Os médicos indicaram que as águas de Brittany tinham rebentado e que estava quase sem líquido amniótico, e que, como tal, a gravidez não era viável. O aborto no Ohio é permitido até às 22 semanas, pelo que os médicos terão recomendado a indução do parto do feto não viável. Brittany terá saído do hospital contra a equipa médica.

Segundo o Washington Post, regressou no dia seguinte esperando dar à luz um bebé prematuro, mas durante horas os profissionais de saúde debateram-se com a questão ética de induzir um parto num caso em que tinha sido detetada uma prematura rutura das membranas. Brittany voltou a sair do hospital.

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A 22 de setembro, Brittany terá abortado na casa de banho, em casa. Contou, mais tarde, quando foi novamente para o hospital que teria embrulhado o feto num lençol, colocando-o perto da garagem. Voltou ao hospital, acrescentando o Washington Post que teria sido levada pela mãe quando, num cabeleireiro, Brittany compareceu muito pálida.

“Tenho uma mãe que teve um parto em casa e entrou sem o bebé. Ela diz que ele está no quintal da sua casa. Preciso que alguém encontre o bebé e me diga o que fazer”, terá dito uma enfermeira no hospital, que chamou a polícia, de acordo com os registos de chamada consultados pelo The Washington Post.  Duas semanas mais tarde, a 5 de outubro, a polícia foi a casa de Brittany e deteve-a. A CNN conta que os detetives acabaram por encontrar na sanita o feto.

“A questão não é quando ou como a criança morreu, é o facto de o bebé ter sido colocado numa sanita, grande o suficiente para a entupir. Foi colocado na sanita e ela seguiu o seu dia”, disse um procurador numa audiência preliminar no mês passado, de acordo com a CNN. A autópsia confirmou que a o bebé morreu no útero devido à insuficiência de líquido amniótico pela prematura rutura das membranas.

Agora, Brittany aguarda a decisão do grande júri do Ohio – figura não existente em Portugal, constituída por um grupo de jurados que decide se um caso deve ou não ir a julgamento – para saber se será acusada de ocultação de cadáver, podendo enfrentar uma pena de quatro anos de prisão.



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