A nova rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP), intitulada UNIR, parte de uma ideia potencialmente positiva: substituir o modelo de concessão linha a linha e os cerca de 30 operadores rodoviários existentes na AMP (com excepção da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto – STCP – que se mantém a operar de forma inalterada) por um sistema dividido em cinco “lotes” de concessões a funcionar sob a mesma marca e de forma (supostamente) integrada: Norte Centro (Maia/Matosinhos/Trofa), Norte Nascente (Santo Tirso/Valongo/Paredes/Gondomar), Norte Poente (Póvoa de Varzim/Vila do Conde), Sul Poente (Vila Nova de Gaia e Espinho) e Sul Nascente (Santa Maria da Feira/São João da Madeira/Arouca/Oliveira de Azeméis/Vale de Cambra).
Mas o potencial de melhoramento associado à ideia esbarrou de forma desastrosa no planeamento, no lançamento no início de Dezembro e no funcionamento da UNIR até agora. Ainda antes do lançamento, a Câmara do Porto denunciou a “total descoordenação” da gestão operacional da UNIR, alertando para o facto de o mapa da rede da UNIR, responsabilidade da Área Metropolitana do Porto, apresentar locais de paragem e transbordo de passageiros dentro da cidade do Porto não autorizados pela Câmara.
Para infortúnio dos utentes da UNIR, as críticas da Câmara liderada por Rui Moreira foram completamente validadas pela forma caótica e desastrosa como decorreu o lançamento de operações em Dezembro. Multiplicaram-se os atrasos, a ausência de autocarros, as queixas e protestos dos utentes e até os distúrbios da ordem pública potenciados pela disrupção dos serviços de transportes da UNIR. Tudo isto num contexto de quase total ausência de informação aos utentes.
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