O Presidente Marcelo é um dos alvos preferidos do PS e isso ficou confirmado neste segundo dia de Congresso, com vários socialistas a atacarem o chefe de Estado. E em três frentes. Atacam-no pela decisão de ter dissolvido a Assembleia da República, pressionam sobre decisões futuras e tentam desde já responsabilizá-lo pelo que vier a revelar-se nestas eleições. Se o país ficar ingovernável, a culpa é de Marcelo.
António Costa foi o primeiro a deixar esse perfume no ar, no seu discurso de despedida logo na sexta-feira, ao dizer que “podem ter derrubado o Governo, mas não derrotaram o PS”. Os verbos usados foram variando, mas a ideia foi muito repetida nos discursos e entrevistas deste Congresso. Desde o “interromperam” ao mais direto “dissolveram”, tudo serviu para apontar o dedo ao Presidente na decisão de antecipar eleições, quando o PS tinha uma solução alternativa em cima da mesa para manter a situação de estabilidade política.
O primeiro a falar no sábado foi o presidente do partido que partiu logo para esse ataque, ao considerar que “o país devia ter sido poupado a esta interrupção gerada pela decisão do Presidente da República”. Para Carlos César, “o primeiro-ministro fez o que lhe era institucionalmente requerido, mas o Presidente da República, em resposta, não fez o que politicamente era devido“. Até porque, acrescentaria Eurico Brilhante Dias mais adiante, “o Presidente da República dissolveu o Parlamento tendo o PS uma maioria absoluta que continua coesa e correspondendo ao principal sublinhado: estabilidade política”.
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