A China publicou esta quarta-feira dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em junho passado, utilizando um novo método que revelou uma aparente melhoria.
O Gabinete Nacional de Estatística (GNE) anunciou uma taxa de desemprego de 14,9% para pessoas entre os 16 e os 24 anos em dezembro, utilizando o novo método, que exclui os estudantes. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível no ano passado, depois de ter atingido 21,3% em junho.
China suspende divulgação de dados sobre desemprego jovem
A mudança de metodologia surge no mesmo dia em que o GNE anunciou que a economia chinesa atingiu os objetivos de crescimento em 2023, após o fim dos anos de isolamento do país durante a pandemia.
A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em setores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho.
A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afeta a taxa de desemprego declarada.
“O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflete melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade”, declarou o GNE, em comunicado, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego.
A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60% das pessoas desta idade.
A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens “serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direcionadas”, afirmou o gabinete.
A agência publicou também, pela primeira vez, uma taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de refletir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,1% em dezembro.
A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,1% em dezembro, subindo ligeiramente em relação aos 5% registados nos meses entre setembro e novembro.
A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego, com estimativas oficiais de que o número de licenciados universitários atingirá um recorde de 11,79 milhões este ano.