Como é normal em novos partidos com grande dinâmica de crescimento, o Chega (CH) vai atraindo crescentemente simpatizantes, militantes e ex-dirigentes de outros partidos para as suas fileiras. Esta imigração é naturalmente muito desejada pelo CH. Não só por reforçar as suas estruturas mas principalmente porque para um partido radical que nasceu na periferia do sistema atrair figuras de outros partidos é um importante mecanismo de credibilização.
Importa aqui recordar que vários dos melhores quadros jovens da IL tiveram passagens pelo CDS e pela JP e que algumas das principais figuras do partido foram no passado militantes ou pelo menos próximas do PSD. Estamos, portanto, perante fenómenos migratórios perfeitamente expectáveis, que vão flutuando em função das perspectivas de sucesso eleitoral de cada partido em cada ciclo eleitoral. Ora, com um resultado ao nível das sondagens mais recentes, o CH poderá eleger um grupo parlamento com 30 a 40 elementos, pelo que não surpreende que seja um destino atractivo para políticos em busca de oportunidades.
No caso do CH, esta atracção natural é mitigada pelos elevados custos reputacionais que ainda existem para quem se encontre associado ao partido. O que ajuda a perceber que, nesta fase, as figuras de outros partidos atraídas pelo CH sejam na sua generalidade quadros de segunda ou terceira linha, habitualmente sem espaço no partido de origem.
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