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o pós-vitória de Nuno Borges, entre um jogo de pares e o invicto Dimitrov – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jan 18, 2024

Chamam-lhe o Happy Open, foi sobretudo um Scary Open esta quinta-feira. Daniil Medvedev teve de ir ao quinto set para bater Emil Ruusuvuori, Hubert Hurkacz também andou pela “negra” para afastar Jakub Mensik, favoritos à segunda semana como Holger Rune acabaram mesmo por cair face a Arthur Cazaux (Jan-Lennard Struff e Jiri Lehecka também perderam) e até Carlos Alcaraz perdeu um parcial diante do italiano Lorenzo Sonego. Curiosidade? Entre mais de uma dezena de encontros realizados no quadro masculino, só um teve apenas três sets, por sinal também ele uma das maiores surpresas do dia: Alejandro Davidovich Fokina, 23.º cabeça de série do Open da Austrália, caiu frente a Nuno Borges naquele que está a ser um Historic Open para o jogador português que vai fazer a terceira ronda na madrugada de sábado.

69.º do ranking mundial, motivado com o triunfo inicial diante do alemão Maximilian Marterer, o maiato conseguiu uma vitória histórica muito assente naquilo que fez no primeiro set: alcançou o break depois de ter visto o seu serviço quebrado no 2-1, consentiu um break no 6-5, impediu o espanhol de fechar o parcial com o contra break e, mesmo a perder por 3-0 e 5-2 no tie break, inverteu a tendência para fechar com 9-7. Se a confiança estava em alta, a partir daí explodiu e Nuno Borges mostrou a sua melhor versão naquele que foi o primeiro sucesso contra um top 25 do ATP, vencendo o segundo set por 6-3 fazendo dois breaks a Davidovich Fokina e fechando o jogo a quebrar de novo o serviço do espanhol em 5-3 antes do 6-3.

Com esse sucesso, Nuno Borges passou pela primeira vez na carreira à terceira ronda de um Grand Slam após os triunfos alcançados no US Open em 2022 e em Roland Garros no ano passado, tendo agora pela frente o búlgaro Grigor Dimitrov, que ganhou todos os sete encontros realizados em 2024 incluindo a final do Open de Brisbane diante de Holger Rune. O maiato de 26 anos tornou-se apenas o terceiro português a chegar à terceira ronda do Open da Austrália depois de João Sousa (2015, 2016 e 2019) e Frederico Gil (2012). O melhor registo de um jogador nacional continua a pertencer a Sousa, que conseguiu atingir a quarta ronda do US Open em 2018 e de Wimbledon em 2019, naquele que foi melhor período da carreira.

“Estou pela primeira vez na terceira ronda. Estou a viver um sonho e vou continuar a procurar mais. Quem quer que seja [Dimitrov ganharia mais tarde a Thanasi Kokkinakis em quatro sets], vou tentar dar o meu melhor e continuar a alargar o sonho. Estou muito contente, é uma grande altura para ter a minha melhor vitória de carreira. À melhor de cinco sets no Grand Slam vale mais, sem dúvida. Sinto-me muito orgulhoso, muito feliz, mas já estou infelizmente a preparar-me para o próximo jogo de pares de amanhã de manhã [sexta-feira], portanto não tenho assim tanto tempo para desfrutar”, comentou à agência Lusa.

“Foi um primeiro set fulcral. Senti que não joguei muito bem mas não estava fácil. Estava bastante vento, muitos altos e baixos mesmo nesse primeiro set, eu achei-o um bocadinho cabisbaixo e senti que consegui aproveitar bem isso. Não comecei a servir muito bem mas senti que acabei muito melhor, conseguiu usar um bocadinho o vento a meu favor também e claro que, depois de ganhar aquele primeiro set, deu algum ascendente. O adversário começou a acreditar um bocadinho menos e ofereceu mais um ponto ou outro. Principalmente nos break points que tive contra, senti que joguei bem. Fui duro, preciso, servi bem quando precisei e acho que, sem dúvida, fez a diferença no final do encontro”, apontou ainda Nuno Borges.

“O primeiro set foi fulcral. Não estava fácil de jogar, muito vento, muitos altos e baixos. Achei que ele estava em baixo e quis aproveitar isso. Acabei melhor do que comecei. A vitória no primeiro set deu-me ascendente e ele começou a acreditar menos. Estive bem na resposta, aproveitei bem os meus momentos e nos pontos de break que tive contra fui duro e servi bem quando precisava. Estou muito contente com a exibição. É a minha primeira vez na terceira ronda. Estou a viver o sonho e vou continuar à procura de mais. Vou tentar dar o meu melhor”, referiu também ao site Bola Amarela quando estava a caminho do hotel após a partida, a pensar também na partida de pares esta sexta-feira de manhã com o australiano Aleksandar Vukic frente aos argentinos Andrés Molteni e Máximo González, sexta dupla entre os cabeças de série na prova.

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