Ainda antes da queda do muro de Berlim, do fim do regime soviético e das transformações sociais e económicas que tornaram o conceito de proletariado quase obsoleto, já era possível encontrar uma reação, à esquerda, contra os sonhos desfeitos do marxismo-leninismo. Podemos designar essa reação como gramsciana, por se inspirar no intelectual comunista italiano Antonio Gramsci, dando origem a um movimento que abandonava a matriz materialista do marxismo para visar a revolução cultural.
No mundo anglo-americano, que se tornava já culturalmente hegemónico, este movimento ficou conhecido como New Left, amadurecido primeiro em Inglaterra com E. P. Thompson, Perry Anderson e Stuart Hall, e popularizado nos Estados Estados com C. Wright Mills e a sua “Letter to the New Left”, publicada em 1960 na New Left Review. Só mais tarde, o alemão Herbert Marcuse, radicado nos Estados Unidos, será designado como “o pai da Nova Esquerda”, com os seus ideais de libertação política, emancipação sexual e luta por justiça social, que ficariam associados aos movimentos de contracultura das décadas de 1960 e 1970.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.