Ainda nem são dez e meia de sexta-feira quando entro na FIL, para visitar o Pet Festival, o maior festival português dedicado exclusivamente a animais de estimação. A esta hora, os pavilhões onde se acumulam centenas de animais em exposição ainda se encontram praticamente desertos, apesar de a proprietária de um café nas imediações do recinto me ter garantido que já por lá passara a equipa de reportagem da SIC.
Percorro os corredores e vejo bancas a prepararem-se para vender aspiradores, coleiras, rações e vestiário canino a festivaleiros em busca do produto certo para os seus amigos de quatro patas (nem todos, na verdade). Mesmo ali ao lado, um stand a comercializar peixes e t-shirts divertidas (uma com a frase “I like fish and maybe three people”, outra com o desenho de um peixe-balão, que diz “I want to fart so hard”) tem como estrela da companhia o flowerhorn, um peixe roseado que revela espantosas semelhanças com Elvis Presley. Mais perto da entrada, há um veterinário de animais exóticos e uma banca com cobras, aranhas, camaleões e alguns bichos mais pequenos que são apresentados já não como animais, mas antes como alimento vivo para répteis.
Junto da escola canina onde mais tarde decorrerão gincanas e aulas, encontro a tenda do departamento cinotécnico do Regimento de Sapadores de Bombeiros, ativado, como me explicam os bombeiros ali presentes, apenas duas a três vezes por ano, normalmente em resposta a derrocadas de prédios. Por raras que sejam essas ocasiões, os bombeiros têm sempre quatro a cinco cães prontos a sair do quartel para ajudar humanos soterrados em escombros. Explicam-me que o treino de um cão-bombeiro consiste em convencê-los de que tragédias destas são um mero jogo de escondidas e garantem que estes brincalhões são mais eficientes do que qualquer tecnologia de ponta.
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