A porta-voz do PAN pediu este domingo que as forças de segurança permitam a realização das eleições legislativas e não cedam a “discursos populistas” e defendeu que o Governo, apesar de estar em gestão, pode responder às suas reivindicações.
“Apelamos a estas forças de segurança que permitam que haja o ato eleitoral, que contribuam para que a democracia esteja estável e reposta e, acima de tudo, que não se deixem levar atrás de discursos populistas e fáceis”, afirmou Inês Sousa Real, em declarações aos jornalistas na Feira do Relógio, em Lisboa.
A porta-voz do PAN recordou que a Assembleia da República está atualmente dissolvida, o que torna “muito difícil fiscalizar a ação governativa”, e salientou que, caso as eleições legislativas não se realizem, “o Governo vai poder fazer aquilo que bem entender e vai continuar de forma transitória”.
“É preciso garantir que, no ano em que vamos celebrar os 50 anos do 25 de Abril, (…) a democracia esteja estável, que haja de facto a valorização destes profissionais. Mas isso só se vai fazer com uma Assembleia plural e democrática, e não com forças populistas antidemocráticas ou com atos que possam pôr em causa a estabilidade de um ato eleitoral”, advertiu.
Questionada sobre se considera que o Governo, apesar de estar em gestão, pode responder às reivindicações da PSP e GNR – a equiparação do seu subsídio de missão ao da PJ -, Inês Sousa Real respondeu: “Sem dúvida, o Governo tem esse poder, pode e deve fazê-lo”.
“Da mesma forma que o fez para a PJ, deveria tê-lo feito também para os demais agentes de segurança, seja no caso da PSP, da GNR, seja por exemplo não tendo rejeitado – infelizmente PS e PSD rejeitaram -, a proposta do PAN que visava a valorização dos bombeiros profissionais”, disse.
Inês de Sousa Real considerou que é “uma injustiça, do ponto de vista social, esta diferenciação” entre os agentes da PJ e os da PSP e GNR, salientando que o PAN tem defendido, “desde o primeiro momento”, que a legislação deve ser revista para garantir que o subsídio de risco, mas também o de turno e de giro, sejam atualizados.
“Nós não podemos pedir a estes profissionais que nos defendam, que zelem pela nossa segurança e bem-estar, e depois não termos o cuidado de retribuir aquele que é o risco a que tantas vezes se colocam, seja nas forças policiais, seja no caso dos bombeiros”, disse.
Sobre a sua deslocação à Feira do Relógio, Inês Sousa Real salientou que serviu para entrar em contacto com a população numa altura em que o “custo de vida tem estado a aumentar” e este tipo de feiras é cada vez mais frequentado pelas famílias para comprarem os seus produtos do dia-a-dia.
“Aquilo que já ouvimos esta manhã é a dificuldade que as famílias estão a atravessar, a dificuldade com o custo de vida, com as baixas pensões, os baixos salários e é por isso que o PAN defende, e vai bater-se na próxima legislatura, para que possa haver a revisão dos escalões do IRS à taxa da inflação”, disse.
Depois de ter estado a distribuir ‘frisbees’ e dispensadores, em forma de osso, com sacos de plástico para dejetos caninos, Inês Sousa Real disse que as pessoas já reconhecem que o PAN, apesar de ter um deputado único, foi o partido da oposição que mais medidas conseguiu aprovar.
“Mas precisamos de mais força, precisamos de um grupo parlamentar”, disse.
Este sábado, numa entrevista à estação televisiva SIC Notícias o presidente do Sindicato Nacional da Polícia disse que não só os jogos de futebol estão em risco como também podem estar as eleições legislativas, porque são os polícias que transportam as urnas de voto.
Estas declarações surgiram após o adiamento do encontro Famalicão-Sporting, devido à falta de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP). Essa falta deu-se após protestos das forças da PSP e GNR nas últimas semanas, relacionados com a atribuição do suplemento de missão.