Nos últimos cinco anos, entre 2019 e 2023, saíram do Serviço Nacional de Saúde (SNS) quase 20 mil profissionais, que não quiseram regressar— médicos, enfermeiros e assistentes operacionais representam a grande fatia destas saídas. Os dados são da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), divulgados esta quarta-feira pelo Diário de Notícias.
Entre os 19.598 profissionais que abandonaram o SNS e não regressaram, contam-se 5.043 médicos — contando com especialistas e internos –, 5.134 enfermeiros e 5.041 assistentes operacionais. Por outro lado, verifica-se ainda, no mesmo período de cinco anos, que mais de 15 mil profissionais saíram do SNS, mas acabaram por voltar.
Mais de 2.400 médicos e enfermeiros do SNS são estrangeiros
Também ao Diário de Notícias, a ACSS diz entender que os números são positivos, uma vez que o “número de profissionais ativos no SNS tem vindo a ser continuamente reforçado”. Visão diferente têm, no entanto, os sindicatos, que falam em dados com impactos significativos. “Estas saída explicam a calamidade do SNS, mesmo que, no balanço final, o número de médicos tenha aumentado, embora não consiga perceber como é possível alguém considerar que há um balanço positivo”, considerou Joana Bordalo de Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos.