O vencedor do concurso Wildlife Photographer of the Year de 2023 que distingue as melhores fotografias da vida selvagem foi divulgado esta quarta-feira pelo Museu de História Natural de Londres, na categoria Escolha do Público.
A imagem vencedora, “Ice Bed” — “Cama de Gelo”, mostra um urso polar a dormir num pequeno iceberg, no arquipélago norueguês de Svalbard, capturado pela lente de Nima Sarikhani, um fotógrafo amador britânico.
Num processo que contou com uma participação recorde, com mais de 75 mil participantes, o público pôde escolher entre 25 fotografias selecionadas pelos jurados de entre 50 mil submissões para o concurso.
O fotógrafo vencedor esteve à procura de ursos polares numa expedição de três dias às ilhas Svalbard, até que, devido ao nevoeiro, o navio alterou o rumo. Nesse dia, a expedição cruzou-se com dois ursos polares entre um conjunto de massas de gelo flutuantes. Cerca da meia-noite, um dos ursos trepou para um dos icebergs e, com as patas, esculpiu uma pequena cama — onde, sob a lente do fotógrafo, se deixou adormecer.
Em comunicado, Nima diz-se muito honrado pela distinção, que classifica como “a mais prestigiante competição de fotografia de vida selvagem”. “Embora as alterações climáticas sejam o maior desafio que enfrentamos, eu espero que esta fotografia também desperte esperança. Ainda há tempo para corrigirmos o problema que criámos”, afirma, em comunicado divulgado pelo museu.
Também o diretor do museu, Douglas Gurr, nota que a fotografia vencedora “permite-nos ver a beleza e a fragilidade do nosso planeta”. “A fotografia estimulante de Nima é um lembrete para os laços de integração entre um animal e o seu habitat, e serve como representação visual do impacto prejudicial das alterações climáticas e perda de habitats”, explica Gurr.
As quatro fotografias finalistas são classificadas com “vivamente elogiados” por júri e participantes. Estas são “A Tartaruga Feliz”, de Tzahi Finkelstein e “Murmúrio de Estorninhos”, de Daniel Dencescu, que captura um momento em que o murmúrio de esturnídeos — fenómeno em que o voo dos animais cria formas no céu —desenhava um pássaro grande no céu. Mas inclui igualmente “Guarda Partilhada”, de Mark Boyd, que retrata duas leoas a lamber uma das crias da alcateia, no Quénia, e “Alforreca da Aurora”, que mostra duas medusas-da-lua que parecem refletir uma aurora boreal num fiorde norueguês, de Audun Rikardsen.
As cinco fotografias que pode ver na fotogaleria estão expostas pelo Museu de História Natural online e numa exposição em Londres, até 30 de junho de 2024.
O concurso foi fundado em 1965 pela BBC Wildlife Magazine, e chamava-se então “Animais”. O Museu de História Natural juntou-se à iniciativa em 1984 e a competição assumiu os moldes pelos quais é hoje conhecido. O concurso Wildlife Photographer of the Year é atualmente gerido e dinamizado pelo Museu de História Natural de Londres.