Não foi uma entrevista tradicional. A começar pela duração: foram duas horas completas, sem intervalos, em que o Presidente russo falou a seu bel-prazer, sendo interrompido poucas vezes e quase nunca confrontado com perguntas difíceis. Muito se especulou nos últimos dias se Tucker Carlson — o antigo jornalista da Fox News agora com uma rede independente ligada ao X de Elon Musk — iria conduzir uma entrevista aguerrida com Vladimir Putin, tendo em conta as suas próprias posições críticas da liderança ucraniana.
O resultado final foi sobretudo um longo monólogo do líder russo que, quase no fim, foi interrompido por uma pergunta mais confrontacional: se, “como sinal da sua decência”, estaria disponível para libertar Evan Gershkovich, o jornalista norte-americano do Wall Street Journal atualmente a ser julgado por espionagem em Moscovo. A resposta foi ambígua: um acordo é “possível”, disse Putin, se houver “reciprocidade”. Mas as acusações de que Gershkovich não estaria na Rússia a trabalhar como correspondente para um dos maiores jornais norte-americano, mas sim como “espião” do governo de Washington, foram reforçadas.
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