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muitos problemas, mas um grande problema – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Fev 9, 2024

É da tradição, quando o carrossel dos debates eleitorais começa a rodar, que empresas de sondagens e jornalistas perguntem aos cidadãos se os “problemas” do país estão a ser discutidos. Invariavelmente, a resposta é que não. A este respeito, discordo dos meus concidadãos. Os problemas do país estão a ser discutidos. O que não está a ser discutido é – o grande problema do país: quem manda. O que é bizarro, quando se pensa que é precisamente esse o único problema que umas eleições podem directamente resolver.

Desde 1995, há quase 30 anos, manda o Partido Socialista. Os interlúdios desse domínio consistiram em episódios de emergência financeira externa, de modo que podemos dizer que a democracia portuguesa, por si só, deixou de gerar alternância no governo. É um grande problema, e todos os outros problemas do país derivam, em grande medida, desse grande problema. Para se manter no poder, o PS, com o apoio de comunistas e neo-comunistas, criou um Estado desproporcionado, intrometido e capturado, que tolhe a economia e é cada vez menos capaz de garantir serviços públicos. O poder socialista importou ainda a cultura woke norte-americana, com a qual começou a subverter a liberdade de expressão e a coesão nacional. Desmantelar o poder socialista não é um remédio mágico para todas as agruras e dilemas: mas é um meio de mudar o contexto da vida em Portugal, fazer entrar ar e luz numa casa fechada há demasiado tempo, e obter liberdade para perceber os problemas e conceber soluções. É por isso que a dificuldade de gerar uma alternativa de governo ao PS é, neste momento, o grande problema.

Essa dificuldade não é o resultado de um destino ou de uma qualquer deficiência nacional. É um artefacto político. Foi criada e organizada pela oligarquia socialista. Primeiro, ao segmentar a sociedade portuguesa, de modo a fazer assentar o poder no medo e nos interesses imediatos dos dependentes do Estado. Segundo, ao aproveitar a recomposição da direita parlamentar para inventar uns novos anos 30, de modo a reduzir o debate político à questão do “populismo”.

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