Para se jogar no Estádio D. Afonso Henriques, na 21.ª jornada do campeonato, foi preciso encontrar um plano B bastante distinto daquele que se podia ter idealizado. O Benfica adaptou-se tarde demais ao estado do terreno que a chuva tratou de fustigar e viu assim dois pontos irem por água abaixo. “É sempre difícil jogar aqui contra o Vitória SC. É uma equipa muito boa, especialmente em casa. O jogo foi completamente afetado pelas circunstâncias, pelo campo. Não foi sobre a tática, foi mais sobre lutar por um segundo golo, provocar erros, usar erros… Foi um jogo diferente”, assumiu o treinador do Benfica, Roger Schmidt, no final do encontro.
No carnaval, Rafa mascarou-se daquilo que não é até Arthur se vestir de herói (a crónica do Vitória SC-Benfica)
“O Vitória SC marcou o primeiro golo. Quando se marca o primeiro golo num campo destes, é uma vantagem. Estivemos bem. O Rafa marcou na primeira parte. Depois do intervalo, tentámos colocá-los sob pressão. Tivemos alguns bons momentos, mas não era assim tão fácil, especialmente no meio-campo ofensivo. Na segunda parte, passes curtos eram impossíveis, tivemos que usar bolas longas”, continuou o alemão. “Tornou-se mais difícil, porque é mais fácil defender do que atacar num campo destes. Queríamos ganhar, mas, quando marcamos o 2-2 no último minuto, temos que aceitar. Um ponto é melhor que nada. Foi o resultado justo”.
O Benfica viu assim interrompido um ciclo de sete vitórias no campeonato e pode ver o FC Porto aproximar-se na classificação e o Sporting distanciar-se na liderança caso os leões vençam o jogo em atraso que têm com o Famalicão. Arthur Cabral, que marcou pelo quarto encontro consecutivo, acabou por ser lançado por Schmidt e fazer, em cima dos 90′, o golo do empate. “Na segunda parte, precisámos de mais gente no espaço central, com o Arthur, e também de um jogador para as segundas bolas, o Florentino. Ajustámos o nosso plano de jogo ao campo”, justificou Schmidt.
“Há 20 anos, jogávamos muito neste tipo de campos, faz parte do futebol. Às vezes, as circunstâncias são difíceis, como hoje. Acho que nenhuma equipa esteve em vantagem. Foi igual para ambas. Para ser honesto, preferia jogar num bom campo. Isso é claro. Hoje, as duas partes do campo estavam completamente diferentes. Numa das metades não se conseguia jogar nenhum tipo de futebol, na outra era possível. As duas equipas deram o seu melhor”, analisou.