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Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Spínola às escondidas – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Abr 10, 2024

No dia 5 de julho de 2023, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou o marechal António de Spínola com o Grande Colar da Ordem da Liberdade — a título póstumo e discreto.

A notícia é avançada pelo Público, que nota que também Francisco da Costa Gomes — o militar que sucedeu a Spínola na chefia de Estado após o 28 de setembro de 1974 — foi condecorado no mesmo dia, com o mesmo título e e com a mesma discrição.

Estas condecorações estão relacionadas com o facto de Spínola e Costa Gomes terem integrado a Junta de Salvação Nacional — órgão que assumiu a liderança do país após o 25 de Abril de 1974 —, sendo certo que o Presidente da República também condecorou, a 6 de julho de 2023, o almirante Rosa Coutinho e os generais Jaime Silvério Marques, Carlos Galvão de Melo e Diogo Neto. Todos estes foram condecorados com o título de Grande Oficial da Ordem da Liberdade — um grau abaixo ao reconhecimento prestado a Spínola e Costa Gomes.

O jornal Público nota que a ausência de publicitação do ato torna particularmente difícil o acesso a esta informação, sendo necessário procurar na página das Ordens Honoríficas Portuguesas.

Em 2022, na sequência de uma sugestão do coronel Vasco Lourenço (ex-membro do Movimento das Forças Armadas e destacado militar durante o período revolucionário) para a condecoração de António de Spínola, de Costa Gomes e de Rosa Coutinho, várias personalidades subscreveram uma carta aberta contra a condecoração de Spínola com a Ordem da Liberdade. Entre os subscritores, encontramos nomes como Fernando Rosas (historiador e fundador do Bloco de Esquerda), Carlos Brito (ex-líder parlamentar do PCP),  o historiador Manuel Loff (militante do PCP) e Francisco Louçã (fundador do Bloco de Esquerda).

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António de Spínola, autor do livro “Portugal e o Futuro” — livro que abalou o regime —, liderou a Junta de Salvação Nacional, foi o primeiro Presidente da República indicado pelo Movimento das Forças Armadas, demitiu-se a 30 de setembro de 1974 e saiu do país na sequência de uma tentativa falhada de golpe de Estado a 11 de março de de 1975.

Regressou a Portugal em 1976, após o general Ramalho Eanes ter sido eleito como Presidente da República. Em 1978 é reintegrado nas Forças Armadas e promovido a marechal.

António de Spínola foi dado como fundador e dirigente do Movimento Democrático pela Libertação de Portugal (MDLP), organização terrorista de direita ativa durante o período revolucionário mas já extinta aquando do regresso do marechal a Portugal em 1976.

O marechal já tinha sido condecorado pelo Presidente Mário Soares com a Grã Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito em 1987.



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