Se a primeira temporada de “Six Feet Under” estabelece as sensibilidades excêntricas e destruidoras de tabus do programa, a segunda temporada é onde fica claro que a série prospera não apenas no drama, mas na bagunça gloriosa e impulsiva. É a temporada em que Keith (Mathew St. Patrick), um policial, atira em um homem no trabalho e depois vai à casa de David para uma visita. É a temporada em que Brenda faz cosplay de trabalhadora do sexo, envolvendo-se em façanhas sexuais cada vez mais arriscadas que ameaçam atrapalhar seu novo noivado com Nate. E é a temporada em que Nate descobre que tem uma doença cerebral potencialmente mortal, que ele mantém em segredo de alguns membros da família até o tenso final da temporada.
Esta também é uma temporada de grande crescimento e, o que é uma raridade na série, os personagens podem florescer sem consequências terríveis. Ruth especialmente encontra um novo sopro de vida, explorando workshops de autoajuda e namorando o perspicaz florista Nikolai (Ed O’Ross) antes de finalmente perceber sua verdadeira vocação como avó. Está claro neste ponto da série que a morte de Nathaniel acordou a família Fisher, e esse choque de clareza e consciência é deles para fazer o que quiserem. Em alguns casos, tendem à destruição, mas em outros encontram beleza e alegria inesperada. Na maioria das vezes, as duas opções não são mutuamente exclusivas.
A segunda temporada tem suas deficiências, principalmente quando seus escritores não conseguem levar em conta as falhas de caráter desagradáveis que parecem existir em seus pontos cegos. Keith, por exemplo, aparece como um policial violento com problemas de raiva que é quase abusivo tanto com David quanto com sua sobrinha. No entanto, o programa regularmente posiciona David como merecedor de críticas, e é frustrante ver o relacionamento do casal se arrastar com seus problemas mais óbvios não reconhecidos. Ainda assim, a temporada é atraente no geral, com recompensas gratificantes para os personagens, explorações de verdades incômodas e mortes de clientes sombriamente hilariantes que se tornam mais ridículas a cada episódio.