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ONU adicionará Israel à lista negra de direitos humanos, Benjamin Netanyahu reage

ONU adicionará Israel à lista negra de direitos humanos, Benjamin Netanyahu reage

Foto do arquivo

A próxima inclusão de Israel numa lista da ONU de países e forças armadas determinados a não proteger as crianças na guerra provocou uma furiosa resposta israelita na sexta-feira.

O relatório anual “Crianças e Conflitos Armados” do secretário-geral da ONU, António Guterres, não deverá ser publicado até 18 de junho, mas o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pronunciou-se depois de receber uma notificação privada da inclusão.

“Estou totalmente chocado e enojado com esta decisão vergonhosa”, disse Erdan em comunicado.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, publicou na sua conta X nas redes sociais que a ONU “colocou-se hoje na lista negra da história quando adoptou as reivindicações absurdas do Hamas”.

“As FDI são as forças armadas mais morais do mundo e nenhuma decisão de ‘terra plana’ do secretário-geral da ONU pode mudar isso”, escreveu ele, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.

O enviado palestino às Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que adicionar Israel à “lista da vergonha” não restauraria a vida das crianças mortas ou deixadas permanentemente incapacitadas nos ataques militares israelenses.

“Mas é um passo importante na direção certa para acabar com os padrões duplos e a cultura de impunidade que Israel desfrutou durante demasiado tempo e que deixou as nossas crianças vulneráveis”, disse ele no X.

Uma fonte diplomática disse à AFP que o Hamas e outro grupo palestino, a Jihad Islâmica, também apareceriam na lista.

Erdan atacou pessoalmente Guterres, dizendo: “O único que está na lista negra hoje é o secretário-geral”.

“Agora o Hamas continuará a usar ainda mais escolas e hospitais porque esta vergonhosa decisão do secretário-geral só dará esperança ao Hamas”, disse ele.

– ‘Muito atrasado’ –
Gaza está a sofrer uma guerra que eclodiu depois do ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de Outubro, que resultou na morte de 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelitas.

A ofensiva retaliatória de Israel matou pelo menos 36.731 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas. Destes, cerca de 15 mil eram menores, segundo a assessoria de imprensa do governo de Gaza.

Israel também atrasou a entrada de ajuda em Gaza, privando os 2,4 milhões de habitantes do território de água potável, alimentos, medicamentos e combustível.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde afirmou que mais de quatro em cada cinco crianças passaram um dia inteiro sem comer pelo menos uma vez em 72 horas.

De acordo com o gabinete de comunicação social do governo do Hamas, pelo menos 32 pessoas, muitas delas crianças, morreram de subnutrição em Gaza desde o início da guerra.

Grande parte da violência ocorre em áreas urbanizadas, repletas de palestinianos em fuga e, segundo os militares israelitas, sendo utilizadas ao mesmo tempo pelas forças do Hamas.

Num dos incidentes recentes mais sangrentos, o exército israelita afirma ter matado 17 militantes num ataque aéreo a uma escola gerida pela ONU em Gaza, na quinta-feira. O hospital vizinho dos Mártires de Al-Aqsa disse que pelo menos 37 pessoas morreram no ataque.

O relatório da ONU destaca violações dos direitos humanos contra crianças em cerca de 20 zonas de conflito. No ano passado, as entidades militares e armadas da Rússia ligadas à Rússia foram incluídas na lista.

Os grupos de defesa dos direitos humanos há muito que pressionam pela inclusão de Israel e, em 2022, as Nações Unidas emitiram um aviso de que Israel precisaria de mostrar melhorias para não ser adicionado.

No relatório do ano passado, a ONU notou melhorias na situação entre 2021 e 2022, com uma queda “significativa” nas mortes de crianças em ataques israelitas.

Louis Charbonneau, da Human Rights Watch, classificou a inclusão de Israel como “completamente justificada, embora muito atrasada”.

“É algo que pedimos há muito tempo, juntamente com a listagem do Hamas e de outros grupos armados palestinos”.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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