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Da descrença à loucura. Os cinco últimos minutos do Portugal-Rep. Checa – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jun 19, 2024

Os portugueses na bancada da Red Bull Arena foram incansáveis do primeiro ao último minuto. Os cerca de 15 mil lusitanos ficaram no topo norte do estádio do RB Leipzig e foram, na maior parte do tempo, quem mais se fez ouvir. Porém, um coração é um coração, e haja muita ou pouca crença, muita ou pouca voz, o futebol faz com que os batimentos subam, mas também baixem. Cristiano Ronaldo percebeu isso muito bem à passagem da hora de jogo. Ao minuto 60′, o capitão português aproveitou um lançamento de linha lateral para galvanizar a bancada, que se incendiou.

O fogo não durou para sempre e quando chegámos ao minuto 89′, a sensação que vinha das bancadas era de ansiedade. Não descrença, mas o facto de Portugal não estar a carregar, deixava no ar a ideia de que só uma bola parada ou algo semelhante daria a vitória à Seleção.

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Tanto que, quando Chico Conceição, Pedro Neto e Nélson Semedo se perfilaram para entrar, não houve uma reação muito audível da bancada. Essa veio só aos 89′: Diogo Jota atirou para o 2-1 e aí sim, a festa foi grossa. Estranhamente, apenas na bancada, porque no relvado os festejos dos jogadores foram travados pelas redes da baliza. Jota tentou pegar na bola, mas foi travado pelo guarda-redes checo. Travou-se um ligeiro sururu. A festa não era digna de golo decisivo e por isso mesmo — e apenas por isso (o fora de jogo era técnico) —, o árbitro decidiu anulá-lo.

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Com tudo de volta à estaca zero, consumaram-se finalmente as substituições, que também não foram particularmente recebidas com efusividade. Ainda assim, o golo, mesmo que anulado, galvanizou o público, e também Martínez, que teve dos momentos mais interventivos e entusiásticos no banco, desde que assumiu o comando técnico da Seleção.

Estava tudo pronto para a festa: aos 90′, Chico Conceição marcou e a melhor parte é que o festejo, desta vez, esteve à altura. Um clássico golo aos noventa. Todos a correr do banco para o herói. Coletes a misturarem-se com camisolas e uma a sair do corpo. Quando Chico saiu da montanha de jogadores que se atiraram a ele, já vinha em tronco nu e com a camisola a servir de amparo à emoção.

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Nas bancadas, os festejos tiveram o volume ainda mais elevado do que o golo anulado. Até seguranças, junto às escadas, contribuíram para os decibéis. Portugal venceu o primeiro jogo do Euro 2024, mas venceu também no ambiente. Agora seguem-se os turcos, que nisso, como na cerveja, são candidatos ao título.



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