O hospital onde Sabha e Khan estavam estacionados também estava sentindo uma pressão. Embora tenha sido projetado para 200 pessoas, ele abrigava mais de 10.000, de acordo com Sabha.
Muitos pacientes estavam sofrendo ferimentos graves. Outros enfrentavam amputações. Poucos tinham outro lugar para ir.
Sabha lembrou que havia apenas “um banheiro para cada 200 a 300 pessoas”. Enquanto isso, os médicos tiveram que improvisar configurações de pronto-socorro (PS).
“Quando os pacientes chegam ao pronto-socorro, não há uma cama para eles. Eles os veem no chão”, disse Sabha. “No corredor do hospital, você está sempre pulando sobre a perna de alguém, sobre um corpo.”
Sabha se lembra de ver de 20 a 30 pacientes por dia — tudo isso enquanto jejuava pelo mês sagrado do Ramadã. Um muçulmano praticante, ele sobrevivia com quatro horas de sono e aproximadamente duas barras de proteína por dia, ele disse.
Mas o volume de pacientes não sobrecarregou apenas o espaço limitado do hospital: também exauriu os recursos. Gaza está sob um cerco intensificado desde 7 de outubro, com escassez de comida, água e suprimentos médicos.
Isso significava que Sabha e Khan tinham que trabalhar com medicamentos e instrumentos limitados.
“Definitivamente tivemos que ser muito criativos e sair da nossa zona de conforto”, disse Khan. Ele explicou que, em circunstâncias normais, “quando consertamos fraturas, usamos certos tipos de parafusos, certos tipos de placas, certos tipos de hastes”.
Mas em Gaza, “tivemos que usar o implante errado para consertar algo porque era tudo o que estava disponível”.
A situação da saúde tornou-se ainda mais terrível devido à infraestrutura em ruínas de Gaza. Bombardeios constantes deixaram prédios enfraquecidos e instáveis, e a falta de instalações sanitárias criou mosquitos desenfreados.
“Não há sistema de saneamento lá agora. O lixo está apenas se acumulando. Então esse cheiro está meio que espalhado por todo lugar”, disse Khan.
“Imagine que você passa por um ferro-velho. Não era um cheiro agradável.”