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“A Ucrânia pode e vai parar Putin, especialmente com o nosso apoio”, assegura Joe Biden – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jul 10, 2024

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Setenta e cinco anos depois da sua fundação, os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte reúnem-se novamente em Washington, para debater as prioridades da Aliança. Na cerimónia de abertura, esta terça-feira, Joe Biden e Jens Stoltenberg deixaram-nas bem claras: a ajuda à Ucrânia.

Estamos mais fortes que nunca e este momento na história requer a nossa força. Putin não quer menos que a subjugação total da Ucrânia, acabar com a democracia e a cultura da Ucrânia e apagar a Ucrânia do mapa. E sabemos que Putin não vai parar na Ucrânia”, declarou o anfitrião da cimeira, Joe Biden.

Apesar da ameaça russa, o Presidente norte-americano considerou que “a Ucrânia pode e vai parar Putin”. “Especialmente com o nosso apoio. E têm todo o nosso apoio”, garantiu. “Não se iludam: a Rússia está a perder esta guerra. Mais de dois anos desde a escolha de guerra de Putin e as suas perdas são surpreendentes. Kiev era suposto cair em cinco dias e dois anos e meio depois ainda está de pé e vai continuar de pé!”, lembrou ainda.

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“Quando a guerra começou, a Ucrânia era um país livre, hoje é um país livre e quando a guerra acabar vai continuar um país livre”, acrescentou.

Enumerando todos os apoios financeiros e humanitários que já foram entregues à Ucrânia e destacando a assinatura de acordos bilaterais com vários dos Estados-membros, Joe Biden aproveitou para anunciar a entrega de cinco novos sistemas de defesa anti-aérea a Kiev. A estes cinco, entregues em conjunto com Alemanha, Países Baixos, Roménia e Itália, vão seguir-se “mais dezenas durante os próximos meses”, prometeu.

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Biden sublinhou que o aumento da NATO foi possível, por um lado, “estendendo a mão a novos parceiros”, desde os países do Indo-Pacífico ao alargamento a novos Estados-membros, como a Suécia e a Finlândia. Por outro lado, elogiou o cumprimento das metas de investimento: em 2020, nove países investiam 2% do PIB em defesa, enquanto, em 2024, este número subiu para 23.

No panorama nacional, o Presidente, recandidato à Casa Branca, garantiu que “todo o progresso norte-americano nos últimos 75 anos aconteceu por trás do escudo da NATO” e agradeceu a presença aos líderes democratas e republicanos e o reconhecimento bipartidário do papel da Aliança, sem a qual os EUA – e o resto do mundo – caminhariam para “o colapso económico e a catástrofe”.

Citando Ronald Reagan, acrescentou: “Se as outras democracias não estão seguras, nós não estamos seguros. Se eles estão ameaçados, nós estamos ameaçados. Se não estão em paz, nós não podemos estar em paz”.

Antes de Joe Biden subir ao púlpito, falou o secretário-geral da NATO. Num discurso semelhante ao do Presidente norte-americano, Jens Stoltenberg começou por relembrar a história da aliança transatlântica, cujos fundadores testemunharam duas guerras mundiais. Nesse sentido, declarou que “a NATO foi fundada com um propósito claro: manter a paz e preservar as liberdades”.

“A paz foi mantida e as liberdades preservadas. Isso faz da NATO, a aliança mais bem sucedida da história”, continuou o norueguês. Fazendo rir a sua audiência, notou que este aniversário a torna também na “mais longa aliança da história” – ultrapassando uma aliança comercial da Grécia Antiga, que durou 74 anos.

Num tom mais sério, Stoltenberg defendeu que a NATO se faz de “escolhas difíceis”. O secretário-geral lembrou como os líderes originais foram capazes de manter a corrida aos armamentos sob controlo durante a Guerra Fria, através da dissuasão e defesa. “O alargamento da NATO [aos países da ex-URSS] unificou a Europa e abriu caminho para a integração da UE e trouxe paz e prosperidade: os nossos líderes mostraram claridade nessa altura e devem mostrá-la agora”, afirmou.

Num paralelo inevitável, Stoltenberg foi o primeiro a pôr em cima da mesa o tema central desta cimeira. “A guerra da Rússia contra a Ucrânia é a maior crise de segurança em gerações: a Ucrânia mostrou grande coragem e os aliados entregaram apoio sem precedentes, mas nem o nosso apoio à Ucrânia é isento de riscos. Não há opções sem riscos, quando se tem a Rússia como vizinho. Neste momento, o maior risco é a Rússia ganhar na Ucrânia. Não podemos deixar isso acontecer”, declarou.

O desfecho desta guerra vai definir o mundo durante as próximas décadas. O tempo de lutar pela liberdade é agora e o local para o fazer é a Ucrânia”, continuou o secretário-geral, argumentando que não derrotar a Rússia abre caminho a outras potências autoritárias, como o Irão, a China ou a Coreia do Norte. “Não sei qual será a próxima crise, mas sei que somos mais fortes e mais seguros juntos na NATO. É sempre bom ter amigos”, concluiu Stoltenberg.

Antes de encerrar a cerimónia de inauguração da cimeira da NATO, Joe Biden pediu autorização aos presentes no auditório para um “pedido inusitado” e convidou Jens Stoltenberg a subir novamente ao palco.

“A NATO é feita de Estados, mas também é feita de líderes e muitos dos progressos que fizemos foi graças ao trabalho do secretário-geral”, declarou o líder norte-americano, anunciando a atribuição ao secretário-geral da NATO da Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração norte-americana.

A cerimónia de inauguração da Cimeira de 75 anos da NATO terminou, então, com Joe Biden a condecorar Jens Stoltenberg, que se mostrou visivelmente emocionado. O encontro vai prolongar-se até à próxima quinta-feira, dia em que Zelensky vai ser recebido na Casa Branca pelo Presidente norte-americano.



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