A gasolina custará até 15% mais a partir de sexta-feira.
O Egito está aumentando os preços dos combustíveis pela segunda vez em quatro meses, cumprindo uma condição de reforma econômica definida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para desbloquear centenas de milhões em novos empréstimos.
O diário oficial do Egito relatou um aumento de até 15% no preço da gasolina na quinta-feira, quatro dias antes do FMI revisar seu programa de empréstimo de US$ 8 bilhões, cuja próxima parcela é de US$ 820 milhões.
Os novos preços entrarão em vigor na sexta-feira, disse o Ministério do Petróleo e Recursos Minerais do Egito.
Os preços da gasolina subiram cerca de 15% e agora variam de 12,25 a 15 libras (US$ 0,25 a US$ 0,31) por litro.
A decisão também tornará o diesel, um dos combustíveis mais usados no Egito, mais caro, elevando seu preço de 10 libras egípcias (US$ 0,21) para 11,50 libras (US$ 0,24).
Supressão dos subsídios aos combustíveis
Como parte do acordo de resgate com o FMI, o Egito concordou em reduzir gradualmente os subsídios aos combustíveis, que consomem uma parte do seu orçamento limitado.
O Egito introduziu uma rodada inicial de aumentos de preços em março para alinhar os preços domésticos aos dos mercados internacionais. O objetivo é remover completamente os subsídios aos combustíveis até o final de 2025, de acordo com o porta-voz do governo Mohamed el-Homossan.
A medida ocorre no momento em que o Egito enfrenta sua pior crise econômica em mais de uma década, com a crescente dívida externa aumentando a inflação e causando diversas desvalorizações consecutivas da moeda local.
A inflação atingiu um pico de quase 40% no ano passado, antes de cair para 27,5% em junho.
Quase 30% dos egípcios vivem na pobreza, de acordo com números oficiais.
Além da crise econômica, o Egito também foi atingido por tensões regionais, com guerras sangrentas ocorrendo nos vizinhos Gaza e Sudão.
Os ataques dos houthis do Iêmen, alinhados ao Irã, à navegação pelo Mar Vermelho também afetaram as receitas do Canal de Suez do Egito, registrando uma queda de 23,4% no ano fiscal de 2023-24 em comparação com o anterior.
O FMI exigiu que o Egito implemente reformas abrangentes para redefinir sua economia, incluindo a mudança para um regime de câmbio liberal, a redução dos gastos do governo e o incentivo ao investimento privado.