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os (outros) segredos da Aldeia Olímpica – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Jul 26, 2024

As centenas de trabalhos inspiradores enviados por escolas forram as paredes de acesso e estão também em alguns quartos de atletas. Desenhos assim, ao longo da visita, veríamos apenas na casa da Ucrânia, neste caso no vidro da entrada para que todos possam ver não só aquilo que as crianças enviaram para os seus atletas mas também a forma como a guerra no país não é esquecida. Antes, ainda nas proximidades do edifício de Portugal, os vizinhos mais próximos. Países Baixos, Japão, Austrália. Tudo vizinhos que, “a dedo”, dificilmente poderiam ser “melhores”. Aliás, a Austrália quase merece a medalha de melhor edifício, não só por todas as facilidades extra que concede aos atletas mas também pelas zonas de lazer e pelas marcas que distinguem o país. Só não ganha mesmo em localização aos EUA, que ocupam o edifício mais perto da saída para os transportes, seja treinos, seja competições, e um dos mais próximos do gigante refeitório.

Ou seja, o que todos gostariam de ter. Como foi parar aos EUA, ninguém sabe ao certo.

A partir daí podemos encontrar algumas nuances mas é quase sempre o mesmo. Muitas bandeiras, muitos adereços, muitos países, muita união, muitos atletas a seguirem para um ginásio que cansa a vista só de ver a dimensão e que também está por ali. Só existe mesmo um senão que nos deixa a pensar: logo ali ao lado do edifício da Sérvia, que fecha a rua da Austrália na estrada principal, estão casas de pessoas normais, que têm vidas normais. Questão? Têm vista completamente aberta para essa parte da Aldeia Olímpica. Alguma preparação ou estudo de segurança terá sido feito. Qual, é complicado perceber. Certamente existiu.

Focamo-nos a partir daí em dois outros ex libris da Aldeia Olímpica enquanto continuamos a ver passar carros e bicicletas elétricas disponíveis a todos. Ponto 1, o refeitório. Para se ter acesso ao edifício que antes era a Casa do Cinema mas que agora passou a ser a casa de todos os sabores, todos passam por uma zona de entretenimento com jogos de lançamentos de basquetebol e dardos que recebe também nesta fase a votação para o Comité dos Atletas Olímpicos. Aí, a descrição é fácil entre uma nave central que parece não ter fim à vista: há três restaurantes à direita, três à esquerda que tiveram trabalho de três conhecidos chefs, com opções de comida francesa (dois), comida mundo (dois), comida asiática e comida árabe. É mesmo assim? Talvez não, explicam-nos. É que entrando nuns e noutros, a diferença não é assim tanta…

Mais à frente, já depois da passagem por mais uma das muitas lavandarias (a roupa é deixada no período matinal e está pronta ao final do dia para levantamento), uma outra zona de descontração onde até se pode beber na loucura uma Corona Zero sem álcool. Há várias televisões que passam outras tantas competições, um daqueles jogos do disco às tabelas, outro jogo de basquetebol, mesas de matraquilhos, duas máquinas de pinball e uma surpresa. Uma não, entre 16 e 18 se quisermos contar com as tais máquinas de pinball para essa contabilidade: são máquinas arcade que permitem recuperar jogos mais antigos como um parecido com o Street Fighter  daqueles que os mais velhos se lembram bem e que os mais novos perguntam a razão para estar tão pixelizado quando agora tudo é mais nítido. Será que é a nova moda vintage?

Mais uma volta e regressamos à zona do Plaza enquanto vai passando outro barco da polícia pelo Sena. A Aldeia Olímpica está dividida pelo rio, tendo como principal edifício do outro lado o da China, mas a esta hora encontra-se sobretudo dividida pela quantidade enorme de atletas que estão a ir ou a chegar para treinos. Os Jogos Olímpicos estão a chegar e todos os pormenores são afinados para a melhor estreia possível e desejável, com essa certeza de que o espaço deverá ser um daqueles que tem mais forças policiais à vista mas que, ao mesmo tempo, é das que está mais guardada. Próximo objetivo? A cerimónia de abertura ao longo do rio Sena. Enquanto não chegar, há sempre tempo para alguém se voltar a sentar e tocar piano.





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