• Qui. Set 19th, 2024

Aktürkoğlu e um banho turco que é uma cortina de vapor (a crónica do Estrela Vermelha-Benfica) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 19, 2024

Bruno Lage ultrapassou o primeiro teste com distinção. A goleada imposta ao Santa Clara, principalmente no Estádio da Luz e cerca de uma semana depois de ser apresentado como substituto de Roger Schmidt, deixou o universo do Benfica com a esperança de que o treinador português pudesse ter o impacto que teve na temporada em que foi campeão nacional.

Esta quinta-feira, porém, o teste tinha uma espécie de segunda versão com direito a perguntas novas. O Benfica viajava até Belgrado para enfrentar o Estrela Vermelha na primeira jornada de uma nova Liga dos Campeões e tinha noção de que, tendo em conta um sorteio que vai obrigar a confrontos com Barcelona, Bayern Munique e Atl. Madrid, a diferença entre uma vitória e um empate poderia ser a diferença entre um apuramento ou uma eliminação.

Ficha de jogo


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Estrela Vermelha-Benfica, 1-2

Fase da liga da Liga dos Campeões

Rajko Mitić Stadium, em Belgrado (Sérvia)

Árbitro: Michael Oliver (Inglaterra)

Estrela Vermelha: Omri Glazer, Ognjen Mimovic (Dálcio, 27′), Nasser Djiga, Uros Spajic, Seol Young-woo, Rade Krunic (Luka Ilic, 82′), Timi Max Elsnik, Silas, Mirko Ivanic, Peter Olayinka (Cherif Ndiaye, 71′), Bruno Duarte (Milson, 71′)

Suplentes não utilizados: Marko Ilic, Ivan Gutesa, Guelor Kanga, Stefan Lekovic, Vanja Drkusic, Nemanja Radonjic, Yegor Prutsev

Treinador: Vladan Milojević

Benfica: Trubin, Alexander Bah (Issa Kaboré, 37′), Otamendi, António Silva, Álvaro Carreras, Florentino, Kökçü (Leandro Barreiro, 88′), Rollheiser (Fredrik Aursnes, 56′), Di María (Zeki Amdouni, 88′), Pavlidis (Jan-Niklas Beste, 88′), Aktürkoğlu

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, André Gomes, Arthur Cabral, Andreas Schjelderup, Gianluca Prestianni, Tomás Araújo, Adrian Bajrami

Treinador: Bruno Lage

Golos: Aktürkoğlu (9′), Kökçü (29′), Milson (86′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Silas (25′), a Álvaro Carreras (52′), a Issa Kaboré (64′), a Fredrik Aursnes (77′), a Seol Young-woo (90+4′)

“Se este jogo é determinante? Não tenho tempo a perder com essas questões. O que quero é que a equipa tenha dinâmica de vitória, que vá atrás dessa cultura, dando sequência ao trabalho que temos feito. Temos de nos focar no que podemos fazer em campo. Tem sido fácil blindar a equipa, estamos focados no trabalho e os atletas têm a experiência de saber onde focar. É como acontece nos jogos, quando corre menos bem. Temos de orientar a nossa atenção para as nossas diretrizes. Criar dinâmicas e comportamentos, esse tem sido o nosso foco. Temos de representar em campo o que o clube representa”, disse o treinador encarnado na antevisão da partida.

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Neste contexto e já com Fredrik Aursnes, que recuperou de lesão e viajou para Belgrado, Bruno Lage não fazia alterações ao onze inicial que venceu o Santa Clara e mantinha a aposta em Aktürkoğlu e Rollheiser, com Florentino a fazer dupla com Kökçü no meio-campo. Do outro lado, num Estrela Vermelha que é líder na Sérvia e que na temporada passada ficou pela fase de grupos da Liga dos Campeões, Vladan Milojević tinha o ex-V. Guimarães e Farense Bruno Duarte como referência ofensiva e Silas, Ivanic e Olayinka no apoio.

O Benfica começou melhor e criou perigo logo nos instantes iniciais, com Aktürkoğlu a rematar cruzado de fora de área e a bola a passar pouco ao lado da baliza (2′). Os encarnados passaram os primeiros 10 minutos praticamente inseridos no meio-campo do Estrela Vermelha, com uma pressão alta e forte que permitia muito pouco aos sérvios, e o golo inaugural acabou por aparecer de forma natural.

Di María desequilibrou na direita e tirou um adversário da frente para depois soltar Bah, que foi até à linha de fundo cruzar para o poste mais distante e ver Aktürkoğlu encostar para abrir o marcador (9′). O Estrela Vermelha reagiu ao golo sofrido, principalmente a partir da direita e das incursões do lateral Mimovic, e foi construindo oportunidades consecutivas: Krunic rematou na área para Trubin defender (12′), Olayinka desviou ao lado (16′) e Bruno Duarte atirou forte para o guarda-redes ucraniano encaixar (18′).

A tarefa dos sérvios ficou ainda mais complicada já perto da meia-hora, quando Mimovic não conseguiu superar problemas físicos e teve de ser substituído por Dálcio, que entrou para o meio-campo e motivou a ida de Seol Young-woo para a direita da defesa. Logo depois, tudo ficou ainda mais simples para o Benfica. Na conversão de um livre direto, à entrada da grande área e em posição central, Kökçü rematou de forma exímia e viu Omri Glazer ficar com os pés no chão para aumentar a vantagem encarnada (29′). 

Bruno Lage ainda foi forçado a realizar uma substituição até ao final da primeira parte, com Alexander Bah a lesionar-se e a proporcionar a estreia absoluta de Issa Kaboré, mas já nada mudou — os sérvios raramente conseguiram voltar a ficar perto da baliza de Trubin, os portugueses concediam uma posse de bola controlada e atacavam em transição. Ao intervalo, o Benfica estava a vencer o Estrela Vermelha em Belgrado de forma justa.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Benfica teve algumas dificuldades para recuperar o conforto que tinha tido durante a primeira parte, com o Estrela Vermelha a demonstrar outra capacidade para ter bola, estar no meio-campo adversário e impedir que os encarnados soltassem a velocidade na profundidade. A assistir a isso mesmo, Bruno Lage mexeu ainda antes da hora de jogo e lançou Fredrik Aursnes no lugar de Rollheiser, que estava claramente a ser o elemento ‘menos’ da equipa.

Kökçü subiu no terreno e passou a atuar nas costas de Pavlidis, mas nem o fortalecimento do meio-campo através de Aursnes fez com que o Benfica recuperasse o controlo do jogo. Os encarnados atuavam na expectativa, oferecendo a iniciativa ao Estrela Vermelha para depois soltar o contra-ataque, e ficava claro que os sérvios apostavam essencialmente na ala esquerda e nas fragilidades que Issa Kaboré ia demonstrando. Tanto que Bruno Lage, a dada altura, colocou Aktürkoğlu na direita e Di María na esquerda para que o turco ajudasse o lateral a defender.

A mudança do treinador encarnado acabou por revelar-se muito importante. A partir do momento em que o avançado turco foi para o lado direito, o Estrela Vermelha deixou de conseguir atacar pelo lado esquerdo e Issa Kaboré não voltou a ficar tão exposto, com Aktürkoğlu a servir como uma espécie de primeiro tampão na zona do meio-campo. Mas Vladan Milojević ainda lançou Milson, Ndiaye e Luka Ilic e os sérvios conseguiram mesmo reduzir a desvantagem, com o primeiro a aparecer isolado na cara de Trubin e a atirar rasteiro já perto do fim (86′).

Bruno Lage acabou o jogo a pôr as trancas à porta, com Jan-Niklas Beste, Leandro Barreiro e Amdouni, e acabou por conseguir blindar os três pontos. O Benfica ainda sofreu, mas conseguiu vencer o Estrela Vermelha em Belgrado e entrou a ganhar no novo formato da Liga dos Campeões. Aktürkoğlu e Kökçü chegaram a dar o mote para um autêntico banho turco dos encarnados, mas a verdade é que a primeira parte foi apenas uma cortina de vapor para uma equipa que ainda não consegue ser superior durante 90 minutos.





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