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Novo mapeamento revela desigualdades na proteção dos rios na França

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Set 19, 2024
Ilustração Mapeamento sem precedentes revela desigualdades na proteção dos rios em F

Ilustração Mapeamento sem precedentes revela desigualdades na proteção dos rios na França

Para proteger os ecossistemas de água doce, a Lei da Água regulamenta atividades e instalações que podem impactar os cursos de água, que foram legalmente definidos desde 2015. Pesquisadores do INRAE ​​elaboraram o primeiro mapa nacional de cursos de água, que revela desigualdades entre departamentos na aplicação desta definição, em detrimento de pequenos riachos na cabeceira de bacias, muitas vezes ricas em biodiversidade, e riachos intermitentes. Essas descobertas foram publicadas em 19 de setembro no periódico Environmental Science & Technology.

De riachos glaciais a grandes rios, os cursos d’água são essenciais para o bem-estar de nossas sociedades, mas particularmente vulneráveis ​​aos efeitos das atividades humanas. A saúde desses ecossistemas depende de uma legislação ambiental que regula as atividades e instalações que podem impactá-los.

Na França, desde 2015, a Lei das Águas formalizou a definição legal de um curso de água, estabelecendo 3 critérios: possuir um leito de origem natural, ser alimentado por uma fonte diferente da chuva e ter um fluxo suficiente para a maior parte do ano. Com base nessa definição, os departamentos foram solicitados a mapear seu território, usando dados topográficos do Institut national de l’information géographique et forestière (IGN) e avaliações adicionais de especialistas.

É neste contexto que os pesquisadores do INRAE ​​avaliaram a representação dos cursos de água na França, para entender melhor as implicações desta definição para a proteção dos ecossistemas de água doce.

Para esse propósito, 91 mapas departamentais foram reunidos para criar o primeiro mapa nacional de cursos de água. Ele inclui mais de 2 milhões de seções totalizando 680.000 km e cobre 93% da França continental (excluindo a Córsega).

Os pesquisadores compararam este mapa com dados do IGN. Como resultado, eles estimam que cerca de um quarto das seções hidrográficas que apareciam nos antigos mapas de rede fluvial foram classificadas como não cursos d’água.

Os cursos d’água intermitentes (que param de fluir e/ou secam por parte do ano) e os cursos d’água mais a montante em bacias hidrográficas, que são essenciais para a qualidade da água e a saúde do ecossistema, são os mais vulneráveis ​​à desqualificação. De fato, os pesquisadores estimam por análise cartográfica que os cursos d’água intermitentes respondem por 60% do comprimento da rede hidrográfica mapeada, mas constituem cerca de 80% das seções hidrográficas desqualificadas como não cursos d’água. Para os cursos d’água mais a montante, de acordo com os mapas do IGN, os números são de 42% e 56%, respectivamente.

Foram observadas diferenças na classificação entre e dentro dos departamentos. 18 departamentos construíram um mapa no qual o comprimento total dos cursos de água era maior do que no banco de dados do IGN, identificando novos cursos de água, enquanto outros 15 departamentos desqualificaram pelo menos 50% do comprimento total da rede hidrográfica como não cursos de água.

Essas variações entre departamentos e em relação a bancos de dados podem ser explicadas por diferentes interpretações da definição de curso de água, particularmente com relação à noção de fluxo suficiente, por recursos especializados heterogêneos e pelo envolvimento de stakeholders locais no processo de mapeamento. Os pesquisadores também observaram 1.500 casos de descontinuidade no mapeamento, com, por exemplo, um curso de água cercado por não cursos de água e vice-versa.

Este estudo, portanto, destaca a complexidade de avaliar e classificar seções de rios na França como cursos de água, e a necessidade de consistência em escala nacional, especialmente no contexto das mudanças climáticas, onde muitos córregos podem secar durante parte do ano.

Referência

Messager ML, Pella H., Datry T. (2024). Mapeamento regulatório inconsistente ameaça silenciosamente rios e córregos. Ciência e Tecnologia AmbientalDOI : https://doi.org/10.1021/acs.est.4c01859

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