• Qui. Set 19th, 2024

“Quando o planeamento falha, temos de o assumir” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Set 19, 2024

Na luta contra os desastres naturais, estas são novas ferramentas de combate. Muita da tecnologia usada neste posto de comando não existia, por exemplo, em 2017, nos incêndios de Pedrógão Grande. Uma das novidades é uma funcionalidade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, não acessível ao cidadão comum, que permite fazer um estudo meteorológico das condições em pontos específicos de incêndio. Ou seja, a equipa pode pedir dados avançados sobre a temperatura nessa zona em concreto, além de outros fatores como a evolução esperada da velocidade do vento ou a direção média das rajadas que se vão sentir nas horas seguintes.

“Olha, Castro Daire está a arder bem”, comenta já ao final da noite desta quarta-feira um dos oficiais, dando conta das imagens que chegam de um dos principais canais de informação. É que, além dos quatro grandes ecrãs centrais, a parede tem espaço para outras seis televisões, sintonizadas em diferentes canais informativos. Em alguns casos, o trabalho dos jornalistas ajuda também a ter informações em tempo real sobre o terreno – foi através de um direto televisivo que o posto de comando teve confirmação que o grupo de bombeiros enviado para a região de Cumeada estava a ter sucesso no combate às chamas, por exemplo. Por outro lado, há também espaço a críticas para o papel da comunicação social no acompanhamento dos fogos, especialmente para o tom alarmante que certas peças jornalísticas transmitem. “Estas imagens têm 14 horas”, comenta-se na sala, enquanto um canal de televisão passa vídeos do fogo descontrolado nos incêndios de Gondomar quando, na altura desta reportagem, a ocorrência já estava em resolução.

Mas nem tudo é digital. As paredes que rodeiam a sala estão preenchidas por apontamentos a caneta. O objetivo? Salvaguardar todas as informações cruciais que se podem perder, por exemplo, em caso de falhas de energia ou ataques informáticos. Por isso mesmo, estão expostos formulários sobre cada uma das quatro frentes do complexo de incêndios, que se podem ir apagando e reescrevendo à medida que novos desenvolvimentos chegam. Há também indicações sobre o local onde os operacionais podem e devem dormir, quando trocam de turnos, tomar banho ou abastecer combustível. Mais perto do local onde se senta a Comandante Oriana Brás, há um gráfico que contabiliza as “calinadas” da oficial de logística. “É uma maneira de descomprimirmos”, explica. À hora em que este artigo é escrito, a comandante já vai em sete gafes. Jorge Frazão, oficial de planeamento, considerado o mais pessimista da equipa, acredita que até ao fim dos incêndios a lista vai chegar a uma dezena.





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