Chefe da Comissão Europeia promete apoio durante visita a Kiev, com fundos a serem usados para impulsionar a economia da Ucrânia.
A União Europeia prometeu emprestar à Ucrânia até 35 bilhões de euros (US$ 39 bilhões) como parte de um plano do Grupo dos Sete (G7) para levantar US$ 50 bilhões por meio de lucros de ativos estatais russos congelados.
O empréstimo, anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Kiev na sexta-feira, ajudará a Ucrânia a reparar sua rede elétrica devastada pela guerra e a aumentar sua capacidade de aquecimento conforme o inverno se aproxima.
“Vocês decidirão a melhor forma de usar seus fundos”, disse von der Leyen ao presidente Volodymr Zelenskyy, que disse que suas prioridades eram reconstruir a rede de energia, construir mais abrigos antiaéreos, melhorar escolas e comprar mais armas.
Em junho, os líderes das nações do G7 – Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos – concordaram em financiar um empréstimo de US$ 50 bilhões para a Ucrânia com base em lucros futuros de ativos russos congelados. A UE também participa de todas as discussões do G7.
“Ataques russos implacáveis significam que a Ucrânia precisa de apoio contínuo da UE”, von der Leyen postou no X ao anunciar o empréstimo, chamando-o de “outra grande contribuição da UE para a recuperação da Ucrânia”.
Ela disse anteriormente que a Europa daria apoio à Ucrânia em uma série de assuntos, incluindo preparação para o inverno e defesa, durante sua oitava visita a Kiev.
Cerca de metade da infraestrutura energética da Ucrânia foi destruída desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala em 2022, e apagões contínuos de eletricidade deixam partes do leste no escuro por quatro horas seguidas.
O inverno da Ucrânia vai do final de outubro até março, com janeiro e fevereiro sendo os meses mais difíceis. A Europa espera ajudar a fornecer cerca de 25 por cento dos 17 gigawatts (GW) de energia que o país provavelmente precisará neste inverno.
A Rússia derrubou cerca de 9 GW da infraestrutura energética da Ucrânia, o que, segundo von der Leyen, é o equivalente à perda de eletricidade da Letônia, Lituânia e Estônia.
Um dos objetivos da assistência da UE é incentivar as pessoas a permanecerem na Ucrânia.
Cerca de quatro milhões de pessoas fugiram desde o início da guerra em fevereiro de 2022, muitas vezes para a Polônia e outros países vizinhos.
A visita de Von der Leyen ao país acontece após um verão de intensos combates, com as tropas de Moscou avançando no leste e Kiev mantendo áreas da região russa de Kursk.
Enquanto a Ucrânia tenta reforçar suprimentos militares para manter o ritmo, o Ministro das Relações Exteriores italiano Antonio Tajani anunciou na quinta-feira que seu país enviaria um novo sistema antimísseis Samp-T “para proteger hospitais, escolas, universidades”, ao mesmo tempo em que destacou que “defender a Ucrânia não significa provocar uma guerra mundial”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse na sexta-feira que o Ocidente deveria parar de fornecer armas à Ucrânia e patrocinar “atividades terroristas” se quisesse mostrar que levava a sério a busca pelo fim da guerra.
Zelenskyy reiterou esta semana que a Ucrânia concluiu a preparação de um “plano de vitória” que ele pretende discutir com o presidente Joe Biden durante suas próximas visitas aos EUA.