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NanoNeuroÔmica

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Set 27, 2024
NeuroInLine

A doença de Alzheimer e o glioblastoma são duas das doenças cerebrais mais devastadoras e desafiadoras que podemos enfrentar. Atualmente não há cura para nenhum dos dois. No entanto, eles também têm uma conexão surpreendente. Estudos epidemiológicos emergentes sugerem que as pessoas que têm uma destas condições parecem experimentar uma redução na probabilidade de contrair a outra, e a comunidade médica não sabe ao certo porquê.

A doença de Alzheimer é marcada pela perda de células cerebrais, enquanto o glioblastoma é responsável pelo rápido crescimento celular. A relação inesperada entre os dois, conhecida como “comorbilidade inversa”, sugere que pode haver uma ligação biológica mais profunda que ainda não compreendemos. Se conseguíssemos descobrir qual é essa ligação, poderíamos ser capazes de conceber novos tratamentos vitais.

Agora, uma equipa de Manchester tem a missão de descobrir a resposta e fazer uma diferença positiva, através do que chamaram de Projeto NanoNeuroOmics.

O desafio que eles enfrentam

Tanto a doença de Alzheimer quanto o glioblastoma costumam estar bastante avançados em uma pessoa no momento em que são diagnosticados. Os métodos atuais que usamos para isso, como PET ou ressonância magnética, ainda não são muito eficazes na detecção precoce. O que realmente precisamos são exames de sangue simples que possam detectar alterações precocemente.

Em ambas as condições, a barreira hematoencefálica (que normalmente protege o nosso cérebro) torna-se mais permeável – o que significa que é possível detectar moléculas relacionadas com doenças no sangue. Isto poderia, por sua vez, ajudar-nos a identificar as pessoas que estavam em maior risco e a monitorizar as respostas a diferentes tipos de tratamento.

Porém, não será fácil. Nos exames de sangue atuais, quando procuramos certas proteínas – indicadores-chave de doenças – elas são frequentemente abafadas por uma série de outras proteínas. Desenvolver uma forma de identificar esses “biomarcadores” sanguíneos para a saúde do cérebro, que possam ser facilmente utilizados na prática clínica, seria um próximo passo fundamental.

Como a inovação de Manchester pode fazer a diferença

Ao combinar experiência em nanotecnologia, análise de proteínas e descoberta de biomarcadores sanguíneos, o laboratório NanoOmics tem como objetivo:

  1. Identificar novas proteínas sanguíneas (biomarcadores) que possam auxiliar no diagnóstico precoce e monitoramento da doença de Alzheimer e do glioblastoma.
  2. Para entender mais sobre a ligação que o Alzheimer e o glioblastoma compartilham.

O laboratório NanoOmics procura identificar esses biomarcadores únicos, rastreando alterações nas proteínas do sangue e do cérebro ao longo do tempo e em diferentes estágios de ambas as doenças. Eles usarão a nanotecnologia para detectar esses “marcadores de proteínas”, empregando nanopartículas para isolá-los da infinidade de outras moléculas presentes no sangue. Com a sua tecnologia “Nanoómica”, estas nanopartículas capturam moléculas relacionadas com doenças, agindo quase como pequenas “redes de pesca”. Usando esta abordagem, a equipe pode filtrar um grande número de outras proteínas que estão atualmente atrapalhando. Por sua vez, ao analisar o que capturaram, os nossos investigadores pretendem identificar novos biomarcadores que são atualmente indetectáveis ​​pelas abordagens de análise de proteínas de última geração.

Esperança para o futuro

Para conseguir isso, a líder do grupo, Dra. Marilena Hadjidemetriou, e sua equipe NanoOmics têm combinado estudos de longo prazo em modelos de laboratório, com estudos de validação usando biofluidos obtidos de pacientes humanos.

O objetivo não é apenas procurar novos biomarcadores sanguíneos, mas obter mais informações sobre como funcionam as condições neurológicas, para que possamos relacionar as alterações que vemos no nosso sangue com as alterações que podem ocorrer no nosso cérebro.

A sua abordagem é multidisciplinar, trabalhando com especialistas em nanotecnologia e ciências ómicas, para melhorar a detecção precoce de doenças e, esperançosamente, desenvolver tratamento personalizado para futuros pacientes.

NanoNeuroOmics representa um avanço significativo na busca para compreender, detectar e tratar doenças neurológicas complexas.

Sobre a Dra. Marilena Hadjidemetriou

Dr Hadjidemetriou é o líder do grupo NanoOmics e professor de Nanomedicina na Escola de Ciências Biológicas de Manchester.

Ela ingressou no Laboratório de Nanomedicina da Universidade de Manchester como Marie Curie Early-Stage Fellow e candidata a doutorado em tempo integral, trabalhando no desenvolvimento da proteína corona de nanopartículas como uma ferramenta para diagnóstico de câncer.

Após seu doutorado, a Dra. Hadjidemetriou recebeu uma bolsa de pós-doutorado do Conselho de Pesquisa Médica, para se concentrar na descoberta de novos biomarcadores na doença de Alzheimer. Ela também recebeu o prêmio Pump Priming do Manchester Molecular Pathology Innovation Center e o CRUK Pioneer Award, para trabalhar na descoberta de biomarcadores sanguíneos por meio de nanopartículas para uma variedade de patologias.

Agora liderando o laboratório NanoOmics, o Dr. Hadjidemetriou tem como objetivo desenvolver plataformas de nanotecnologia que explorem caminhos de doenças e descubram biomarcadores moleculares.

A pesquisa recente do Dr. Hadjidemetriou inclui:

    Enriquecimento de impressões digitais proteômicas do sangue longitudinal habilitado por nanopartículas na doença de Alzheimer

Para discutir esta pesquisa, entre em contato com a Dra. Marilena Hadjidemetriou em [email protected]

Os materiais avançados são um dos faróis de pesquisa da Universidade de Manchester – exemplos de colaboração interdisciplinar e parcerias intersetoriais que levam a descobertas pioneiras e melhoram a vida das pessoas em todo o mundo. Para obter mais informações, acesse a página de materiais avançados da Universidade de Manchester.

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