Pelo menos 58 resgatados, conforme alerta oficial, o número de mortos pode aumentar depois que o barco que transportava 278 pessoas afunda.
Pelo menos 78 pessoas morreram depois que um barco virou no Lago Kivu, no leste da República Democrática do Congo, disse um governador provincial.
O governador da província de Kivu do Sul, Jean Jacques Purisi, disse à agência de notícias Reuters na quinta-feira que 278 pessoas estavam a bordo do barco antes de ele virar.
“Serão necessários pelo menos três dias para obter os números exatos, porque nem todos os corpos foram encontrados ainda”, disse Purisi à Reuters.
O governador da província vizinha de Kivu do Norte disse que pelo menos 58 pessoas foram resgatadas.
O barco, que vinha da cidade de Minova, na província de Kivu do Sul, afundou na manhã de quinta-feira, a apenas 100 metros (328 pés) do seu destino na costa de Goma.
Um número crescente de pessoas optou por atravessar a ponta norte do Lago Kivu de barco para chegar a Goma em navios muitas vezes sobrelotados, para evitar viagens terrestres numa área propensa a combates entre as forças governamentais congolesas e os rebeldes do M23.
Reportando de Goma, Alain Uaykani da Al Jazeera disse que havia frustração entre os moradores com o fechamento das estradas.
“Muitas pessoas aqui já estão reclamando do fato de que esta é a única possibilidade de viajar entre a província de Kivu do Norte e a província vizinha de Kivu do Sul, até mesmo diferentes aldeias ao longo do lago aqui porque muitas estradas estão fechadas devido aos combates,” ele disse.
Uaykani disse que os resgatados estavam recebendo tratamento.
‘Eu vi pessoas afundando’
Um sobrevivente disse à Reuters que enquanto lutava para se manter à tona no lago, outras pessoas ao seu redor estavam se afogando.
“Vi gente afundando, muitos afundaram. Vi mulheres e crianças afundando na água e eu mesmo estava prestes a me afogar, mas Deus me ajudou”, disse Alfani Buroko Byamungu, de 51 anos, em sua cama de hospital.
Mushagulua Bienfait, um residente de Goma que perdeu três familiares no incidente, culpou a guerra pela sua perda.
“Tudo isto faz parte das consequências da guerra… Já não se fazem esforços para tirar os inimigos da estrada para que ela possa voltar a funcionar”, gritou.
Desde que o M23 lançou uma ofensiva no final de 2021, o grupo conquistou grandes partes do território no leste da RDC, aumentando a sua presença militar e o número de grupos armados na área.