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Níveis de água no principal afluente do Amazonas caem para mínimos recordes em meio à seca

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Out 5, 2024

É um dos maiores rios do mundo. E os seus níveis de água caíram para um nível recorde.

Em meio a secas e incêndios florestais, o Rio Negro despencou a uma profundidade de 12,66 metros (41,5 pés) na sexta-feira, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, uma agência governamental.

Esta é a profundidade mais rasa registada desde que as primeiras medições foram feitas em 1902. E os investigadores na cidade portuária de Manaus temem que os níveis da água possam cair ainda mais à medida que a estação seca continua durante grande parte de Outubro.

“Esta é agora a seca mais severa em mais de 120 anos de medição no Porto de Manaus”, disse Valmir Mendonça, chefe de operações do porto, à agência de notícias Reuters.

O Rio Negro é um importante afluente do Rio Amazonas – e um poderoso curso de água por si só. O rio drena mais de 10% da água da bacia do rio Amazonas e é o sexto maior rio do mundo em vazão média.

É também o maior rio de águas negras do mundo, com matéria vegetal em decomposição dando às suas correntes uma cor escura característica.

Mas a seca generalizada encolheu o Rio Negro e outros cursos de água na Amazónia, criando uma crise ambiental e económica.

Os cientistas acreditam que as alterações climáticas exacerbaram as condições habituais da estação seca, deixando os leitos dos rios secos, os barcos encalhados e os animais aquáticos encalhados.

Alguns especialistas disseram à mídia local que o Rio Negro poderá cair abaixo de 12 metros antes do final do mês. As medições de sexta-feira ultrapassaram o mínimo recorde estabelecido no ano passado, no final da estação seca.

Outros afluentes do Amazonas – incluindo o Rio Solimões, que cruza com o Rio Negro – também registaram níveis de água historicamente baixos.

A seca ameaça desencadear uma crise humanitária para mais de 40 milhões de pessoas que vivem dentro e ao redor da Amazônia. Os moradores dependem dos cursos de água não apenas para beber e tomar banho, mas também para transporte e alimentação.

O dono do restaurante, Erick Santos, disse ao jornal O Globo que os negócios da sua comunidade de Puraquequara, situada às margens do Rio Negro, foram devastados pela seca. Os alimentos básicos são escassos.

“Nossa receita caiu 50%”, disse ele ao jornal. “No fim de semana era comum as pessoas pularem na água. Agora tudo é terra.”

Os pesquisadores também relataram ter encontrado golfinhos de água doce mortos ao longo das margens dos rios, devido ao estresse causado pela seca.

Nos últimos meses, a floresta amazônica tem lutado contra chuvas abaixo da média e incêndios provocados pelo homem que devastaram a densa cobertura arbórea, perturbando o bioma tropical.

Até 59% do Brasil está sofrendo os efeitos da seca, de acordo com relatórios do governo no mês passado.

“Esta é a primeira vez que uma seca cobre todo o norte e sudeste do país”, disse Ana Paula Cunha, investigadora do Centro Nacional de Monitorização e Alerta Precoce de Desastres Naturais, num comunicado em Setembro.

“É a seca mais intensa e generalizada da história.”

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