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Mais apoio dos EUA a Israel leva a aumento do conflito no Médio Oriente? – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 14, 2024

A funcionar na plenitude desde 2011, o Iron Dome mantém-se como um escudo contra os ataques aéreos dos inimigos de Israel. Ainda assim, os Estados Unidos decidiram agora reforçar a proteção dos céus israelitas com o envio do sistema de defesa aéreo THAAD, que pode atacar alvos entre 150 a 200 quilómetros de distância. Haverá igualmente mais militares, juntando-se aos que já tinham sido mobilizados para território israelita no final de setembro.

A presença militar norte-americana não está contudo a impedir ataques do Hezbollah, nem a intensificação dos ataques israelitas no Líbano. Nos últimos dias, as Forças de Defesa de Israel atacaram mesmo bases militares geridas pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), após Benjamin Netanyuahu ter pedido que os capacetes azuis se retirassem de algumas bases no sul do território libanês.

Numa conversa telefónica com Yoav Gallant no sábado, Lloyd Austin expressou uma “preocupação profunda” sobre o sucedido. O secretário da Defesa lembrou o homólogo israelita que é “necessário assegurar a segurança das forças da FINUL”. Este tipo de críticas multiplicaram-se ao longo do último do conflito e frustraram por várias vezes a Casa Branca. Como escreveu o jornalista Bob Woodward no livro War, Joe Biden chegou a insultar Benjamin Netanyahu.

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Mesmo assim, nada parece travar Israel na forma como conduz a guerra em Gaza desde dia 7 de outubro e agora no Líbano. E o envio de armamento e tropas norte-americanas pode mesmo incentivar uma resposta mais musculada pelas Forças de Defesa israelita. Segundo apurou o New York Times, há altas patentes no Departamento da Defesa norte-americano que fazem essa análise.

Por outras palavras, alguns dirigentes de topo do Pentágono consideram que a campanha de Israel contra o Hezbollah no sul do Líbano está a ser incentivada pela presença norte-americana no Médio Oriente. Caso o Irão retalie contra os ataques à milícia libanesa que ajudou a fundar, Telavive sabe que conta o apoio norte-americano. “Existe presença suficiente na região para que, se os iranianos intervirem, [os norte-americanos] apoiarem a defesa de Israel. Enquanto planeia militarmente, [Israel] quer aproveitar isso [o armamento norte-americano]”, ilustra ao New York Times Dana Stroul, antiga responsável do Departamento da Defesa para a política do Médio Oriente.

A presença norte-americana na região pode estar, assim, a aumentar a escalada no Médio Oriente. Concedendo apoio tácito a Israel, os Estados Unidos dão a Israel a possibilidade de expandir a sua operação ofensiva no Líbano, não temendo uma resposta do Irão, que sabe que terá, se retaliar, de combater dois inimigos bastante poderosos.





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