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Municípios dos Açores contra redução de serviços nos balcões da Caixa Geral de Depósitos – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 24, 2024

A Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA) manifestou esta quinta-feira a sua “veemente condenação” pela possível redução de serviços de alguns balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no arquipélago.

“Este ato de gestão não afeta apenas o acesso a serviços bancários essenciais, especialmente às populações mais envelhecidas e com dificuldades de utilização e acesso a novas tecnologias, como também compromete a inclusão financeira das populações, particularmente nas áreas mais isoladas“, refere a associação em comunicado enviado à agência Lusa.

O Público noticiou na terça-feira, em manchete, que a CGD pretende reduzir serviços “no interior e ilhas” ao transformar dezenas de agências que até aqui ofereciam todos as funcionalidades (designadamente levantar e depositar dinheiro ao balcão) em espaços mais pequenos e com menor oferta.

“Os Açores, caracterizados pela sua dispersão geográfica e particularidades socioeconómicas, dependem de uma rede sólida de serviços financeiros que atenda às necessidades dos cidadãos e das empresas locais“, considera a AMRAA.

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Para a associação, “a diminuição de serviços destes balcões agrava a já fragilizada situação de muitos munícipes, dificultando o acesso a créditos, à gestão de poupanças e a serviços básicos que são cruciais para o dia-a-dia”.

“Esta circunstância, que afetará várias agências, nomeadamente três em São Miguel, duas no Pico, uma em São Jorge e outra nas Flores, não pode ser obliterada pelo poder local, especialmente porque se trata de uma empresa pública que, não comprometendo a sua eficiência, deverá pugnar pelo cumprimento de valores acometidos ao serviço público, em benefício das populações e em prol do desenvolvimento do país”, lê-se.

A AMRAA considera que a CGD “desempenha um papel importante no desenvolvimento económico e social da região” e a sua presença “é vital para fomentar a economia local e garantir que todos os cidadãos tenham oportunidades equitativas”.

A redução em serviços dos balcões representa um retrocesso na inclusão financeira, forçando, eventualmente, os clientes a deslocações mais longas e invertendo a lógica das políticas de coesão territorial, social e económica que tem vindo a imperar no Estado Português. Além disso, convém ressalvar que as reduções de serviços tem levado, não raras vezes, a posteriores encerramentos a médio prazo”, acrescenta.

A Associação de Municípios dos Açores apela à administração da CGD e ao Governo da República para reconsiderarem a decisão e manterem “intacta a rede e os serviços dos balcões nos Açores”.

Em 3 de outubro, a Lusa noticiou um comunicado da Comissão de Trabalhadores do banco em que esta denunciava aquilo que dizia ser o “incumprimento” da CGD do “dever de serviço público bancário”.

Na terça-feira, em declarações à Lusa, o presidente da CT da CGD, Jorge Canadelo, disse que este problema se está a colocar sobretudo em agências do interior de Portugal continental e das ilhas e que isso é feito pondo em causa a sustentabilidade da empresa no futuro e sem qualquer “visão crítica” da tutela, o Governo.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do banco público afirmou que “é completamente falso que a CGD esteja a reduzir serviços, nomeadamente no interior ou nas ilhas” e que “só por manifesta má-fé o investimento superior a 70 milhões de euros que a Caixa está a realizar sua extensa rede de agências pode ser entendido como recuo de serviços, quando o mesmo se insere num plano de transformação digital que visa servir mais e melhor os seus clientes onde quer que eles estejam”.

Segundo a CGD, a criação de agências de nova geração “não deixa ninguém para trás e aumenta de forma significativa a sua capacidade de serviço aos clientes, nomeadamente nas disponibilidades de tesouraria”.

A CGD não ficará “parada no tempo, agarrada a um passado que já não existe” e os planos de transformação visam “garantir o futuro hoje”, referiu.

O PSD/Açores manifestou esta quinta-feira a sua “discordância e preocupação” pelo possível encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em sete concelhos da região, uma medida que “põe em causa” a coesão social e territorial.

Segundo um comunicado do partido, o líder parlamentar do PSD/Açores, João Bruto da Costa, “manifestou hoje [quinta-feira] a sua ‘discordância e preocupação’ com o encerramento de balcões da CGD em sete concelhos da região e criticou o ‘descarado ziguezague do Partido Socialista’ nesta matéria”.

Para João Bruto da Costa, o possível fecho de balcões de atendimento da CGD nas ilhas de São Miguel, São Jorge, Pico e Flores “põe em causa a coesão social e territorial, sendo particularmente prejudicial para os cidadãos que têm baixa literacia financeira e digital”.

“Importa lembrar que os concelhos afetados apresentam uma população mais envelhecida, que é a que mais utiliza os balcões de atendimento presencial”, alega.

O líder parlamentar do PSD/Açores considera ainda que, com a aplicação da medida, “são afetadas as pessoas que estão mais distantes dos centros urbanos, pois terão, em alguns casos, de se deslocar mais de 30 quilómetros para aceder a um balcão de atendimento, o que também pode levar a congestionamentos nas agências que se mantêm em funcionamento”.

O PSD/Açores “sempre entendeu que a CGD tem como missão, enquanto entidade pública, assegurar um serviço com rapidez e proximidade”.

“Mesmo que se avance com a instalação de agências sem tesouraria presencial e só com máquinas automáticas, não pode ser descurado o funcionamento de balcões com atendimento ao público”, considera.

O social-democrata recorda que, no passado, perante o encerramento de balcões de atendimento da CGD na região, “o PSD/Açores afirmou a sua discordância, por se tratar de um banco público e, por isso, com responsabilidades ao nível do serviço público”.

De acordo com João Bruto da Costa, “também nesta matéria o PSD/Açores mantém a sua matriz de defesa dos interesses dos açorianos, independentemente de quem está no Governo da República”, motivo pelo qual lamenta o “descarado ziguezague do deputado Francisco César e do PS sobre o assunto”.





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