• Sex. Out 25th, 2024

Feijoada Politica

Notícias

“Pedro Nuno teve medo de ir a votos? Não é reconhecido por esses cálculos” – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 24, 2024

É evidente que o Partido se dividiu sobre a questão orçamental. Pedro Nuno Santos foi feliz quando pediu aos comentadores ligados ao PS que tivessem outra prudência?
Devo dizer que não vi nada de mais relativamente a essa expressão. O PS é um partido de liberdade, nunca foi outra coisa, nem pode deixar de ser. O PS é um partido onde todos os militantes expressam livremente a sua opinião. Isso não está em causa, nunca esteve em causa e jamais estará em causa.

Mas houve uma tentativa dos críticos internos de fragilizar a liderança de Pedro Nuno Santos?
Não creio. Digo isto com toda a sinceridade. Mas uma coisa é expressar uma opinião relativamente a um processo político de forma absolutamente legítima. Outra coisa, totalmente diferente, são dirigentes do PS, membros, por exemplo, de uma Comissão Política Nacional, pronunciarem-se num contexto de um processo negocial que está em aberto. Isso provoca uma fragilização na posição do partido. Isso é igual ir para o PS como para qualquer outro partido.

Houve falta de lealdade de figuras como José Luís Carneiro, Fernando Medina ou de Francisco Assis?
Não creio, não coloco isso na questão da lealdade. Eventualmente, no momento em que estamos a falar, uma parte deles até reconhecerão aquilo que foi dito pelo secretário-geral não corresponde a nenhum tipo de pressão para que as pessoas não emitam as suas opiniões, pelo amor de Deus. O ponto não é esse. O ponto é que, no contexto de uma negociação que estava em curso, uma negociação difícil, uma negociação dura, uma negociação exigente, a expressão pública [de determinadas opiniões] fragiliza a posição do PS, porque é usada, como aliás foi, pelos adversários políticos do PS para condicionar.

Durante o fim de semana foi avançado que Fernando Araújo tinha sido convidado para ser candidato à Câmara do Porto, o que mereceu um inusitado desmentido da direcção do Partido – inusitado porque não é muito comum haver desmentidos a notícias com fontes em off. Fernando Araújo não será candidato?
O PS tem como objetivo manter-se à frente da Associação de Municípios e de Freguesias, e reconquistar autarquias simbólicas, nomeadamente o Porto. Relativamente a esta matéria, podemos tomar decisões com alguma brevidade, preparando esse processo com tempo. Há todo um processo de elaboração programática que está em curso, de enraizamento, de dinamização das nossas estruturas, que estamos a fazer. Depois, teremos de ter um bom cabeça-de-lista com grande capacidade de intervenção política e que consiga conquistar a Câmara do Porto. Felizmente, o PS tem várias opções para disputar essa eleição na Câmara do Porto. O que posso dizer relativamente às notícias que saem com o nome A, B ou C é que, neste momento, não correspondem à verdade.

Ou seja, Fernando Araújo ainda é uma hipótese para ser candidato.
Não existe nenhuma decisão tomada relativamente à Câmara do Porto, não quero antecipar uma decisão que está a ser feita em articulação plena e absoluta, entre o secretário-geral, a distrital e a concelhia do Porto. Estamos a fazer isto com ponderação e em breve será apresentado e será divulgado aquele que irá disputar a Câmara Municipal do Porto pelo PS.

É impossível não falar de José Luís Carneiro. Foi a votos nas últimas eleições internas do PS. Tem obrigações especiais? Devia ser ele o candidato à Câmara do Porto?
Não, José Luís Carneiro não tem nenhuma obrigação especial. É um grande quadro do PS e, independentemente de quem apoiou quem, as eleições diretas já lá vão há bastante tempo. É um ativo e tem um percurso político no Distrito do Porto, mas não só – foi secretário-geral adjunto e foi governante, como sabem. O que é que ele próprio pretende fazer? Não faço ideia, mas é sempre um ativo com quem o PS tem de contar.

Se José Luís Carneiro mostrasse intenções de concorrer à Câmara do Porto, as estruturas do Partido veriam isso com bons olhos?
Sim, não vejo porque não. Agora, não vamos estar a bater os nomes de todos. Não quero criar ruído em torno dessa matéria. Sobre Fernando Araújo, houve um desmentido formal por parte da direção do PS porque, enfim, há certos limites que, independentemente das fontes em off, não podem ser ultrapassados. Foi avançado algo que é falso, objetivamente falso, e teve que ser naturalmente desmentido.

Mário Centeno tem sido apontado com insistência à Presidência da República, não rejeita esse caminho, nunca o fez, e esta semana voltou a manter o tabu. Seria um bom candidato?
Sim, o Mário Centeno, como outros nomes. Vamos voltar mais ou menos à mesma questão, mas não posso dizer mais do que isso. Se não consigo sobre as autárquicas, muito menos sobre as presidenciais. O que sabemos é algo diferente: o PS irá mesmo apoiar um candidato ou uma candidata à Presidência da República, disso não há menor dúvida. Vai empenhar-se e comprometer-se nessa reconquista.

E pode ser um apoio a António José Seguro, que é um nome que também começou a circular? Até colocado pelo próprio secretário-geral.
Vi essa entrevista, mas o debate sobre as presidenciais é prematuro. Agora, as personalidades que se falam têm, pelo seu percurso, pela sua dimensão, por aquilo que fizeram, o direito, se quisermos, a constarem de uma lista de presidenciáveis apoiados por parte do PS.

Ainda assim, nenhuma destas figuras é exatamente associada à ala mais à esquerda do PS, nem terá grandes hipóteses de federar toda a esquerda. Isto não pode ser um obstáculo?
A questão das alas… Não há ala mais à esquerda, ala mais à direita.
Então uma ala [mais à esquerda] liderada pelo atual secretário-geral que vota pela viabilização de um Orçamento do Estado da AD, algo que é, aliás, excepcional na nossa vida democrática… Não creio que seja por aí. O PS deve fazer uma avaliação mais para a frente. É algo prematuro.

Mas era desejável que fosse uma personalidade que congregasse à esquerda?
Não sei se, neste momento, os vários partidos de esquerda pretendem uma candidatura nesse sentido. E creio que o PS não deve fazer depender a escolha do seu candidato presidencial em função dessa hipótese. O PS tem que afirmar o seu papel na sociedade portuguesa e dar uma resposta nas eleições presidenciais que não tem dado ao longo dos últimos anos 20 anos. É demasiado tempo. Por isso é preciso ter um candidato com representação social dimensão e que consiga congregar o voto dos socialistas e de muitos não socialistas. sendo que as presidenciais têm aquele detalhe de poderem ser duas voltas, portanto a questão de um potencial apoio extra PS de um candidato que emane da área do PS pode ser algo considerado a dois tempos.





Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *