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Ministra da Saúde confirma “algumas mudanças” nas administrações hospitalares – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Out 31, 2024

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, admitiu, esta quarta-feira, que “certamente haverá mudanças” nas administrações hospitalares nos próximos tempos. Confrontada na Grande Entrevista transmitida pela RTP3 sobre as suas declarações de que havia “lideranças fracas”, a governante afirmou que o Ministério da Saúde tem “a obrigação de escolher aqueles que são os líderes, mas acima de tudo os diretores dos hospitais”.

“É impossível não ter algumas [administrações] que sejam mais habilitadas e mais competentes e outras que não consigam efetivamente bons resultados”, justificou a ministra, acrescentando que “qualquer diretor, como qualquer membro do governo, pode ser substituído”. “É absolutamente natural”, reforçou.

Ana Paula Martins recordou igualmente que a antiga direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), liderada por Fernando Araújo, nomeou os conselhos de administração no início do ano. “Todos sabíamos que ia haver eleições. E houve essa decisão. O que acontece é que, por sua iniciativa, a direção executiva decidiu sair. O novo diretor-executivo [Gandra D’Almeida] parece-me que tem toda a legitimidade — e eu própria — em algumas situações de escolher as pessoas que entendemos para darem a melhor resposta às políticas do governo”, sublinhou.

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Sobre o INEM, Ana Paula Martins indicou que a Força Aérea não “está em condições” até junho de 2025 para continuar o apoio nos meios de emergência. Assim sendo, a ministra adiantou que o Governo vai “avançar com um concurso internacional” para obter “quatro helicópteros”. A concurso — de dois lotes —, poderão concorrer “empresas nacionais e internacionais”.

Em relação ao plano de inverno, Ana Paula Martins destacou os números da vacinação e reconheceu que é importante diminuir o número de “doentes sociais”, ou seja, aqueles que, na maior parte das vezes, estão à espera de um lugar num lar. Enfatizou igualmente que, em algumas críticas (como o Natal e o Ano Novo), é necessário haver uma melhor marcação das férias nos hospitais. Segundo a governante, “já tem havido” situações em existem sobreposições de férias. “O inverno é duro. É importante recordar isso”, disse.

Questionada sobre as promessas da Aliança Democrática na área da Saúde, Ana Paula Martins lembrou que o executivo apresentou um plano de 54 medidas que a ministra descreveu como “ambicioso”: “O facto de ser ambicioso nunca nos levou a afirmar que, em 60 dias, íamos resolver todos os problemas ou os principais problemas que o Serviço Nacional de Saúde tem”. E a governante não deixou de mandar uma farpa: “Houve quem quisesse criar a ilusão de que teríamos a expectativa” de resolver tudo em 60 anos.

Destacando que houve “mudanças significativas” por conta do programa Oncostop que diminuiu o tempo de espera para cirurgias de oncologias, Ana Paula Martins admitiu que há um “percurso difícil” no que concerne às consultas. “Neste momento, há um programa, mas reconheço que não temos a mesma capacidade do que tivemos com as cirurgias”, sinalizou.

No que toca às negociações com o setor privado e social, a ministra da Saúde declarou que o Governo não vai “desperdiçar aquilo que é a capacidade do setor social-privado”. Descartou também que as Unidades de Saúde Familiar (USF) do modelo C geridas pelos privados vão retirar médicos do Serviço Nacional de Saúde, indicando que os do modelo B — geridas apenas pelo Estado — não estão a dar resposta às necessidades das populações.

Confrontada ainda que o designado “turismo de saúde”, em que cidadãos estrangeiros abusam do Serviço Nacional de Saúde, Ana Paula Martins realçou que têm de ser tomadas medidas. “Nós reconhecemos que o problema existe, mas não temos medição do problema”, disse, acrescentando que o problema tem de ser abordado de forma “interministerial”.





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