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Lisboa manifesta pesar pela morte do antifascista Camilo Mortágua sem participação de PSD, MPT, PPM, IL e CDS – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 5, 2024

A Assembleia Municipal de Lisboa manifestou esta terça-feira pesar pela morte do antifascista Camilo Mortágua, por proposta de PS e BE, na ausência de PSD, MPT, PPM, AL e CDS-PP, com os votos contra do Chega e abstenção da IL.

Os grupos municipais do PS e do BE entregaram individualmente votos de pesar pela morte de Camilo Mortágua, que foram apresentados em plenário na ausência de PSD, MPT, PPM, AL e CDS-PP, que avisaram previamente que iriam sair da sala para não participar na votação dos documentos.

Os dois votos de pesar foram viabilizados por BE, Livre, PEV, PCP, dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS e PAN, com os votos contra do Chega e a abstenção da IL.

O antifascista Camilo Mortágua, pai das deputadas do BE Mariana e Joana Mortágua, morreu na sexta-feira aos 90 anos.

Expressando “votos de condolências e profundo pesar”, e realizando um minuto de silêncio em memória de Camilo Mortágua, o documento apresentado pelo PS destaca a intervenção do antifascista na luta contra a ditadura em Portugal, recordando que “integrou a Direção Revolucionária Ibérica de Libertação e participou no assalto ao navio Santa Maria, em 1961, episódio maior da luta em Portugal contra o estado ditatorial de Oliveira Salazar”, além de outros golpes contra o Estado Novo.

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“Ao longo da sua vida sempre acreditou na história e no papel do povo nos momentos de crise nacional, e esta demonstrava que a luta armada era uma forma de resistência à opressão política, social e económica imposta por um regime ditatorial. Tinha sido assim na implantação da República e seria assim — como foi – igualmente com a ditadura”, lê-se no voto do PS.

Também o documento do BE realça que Camilo Mortágua “protagonizou vários episódios da resistência ao Estado Novo e foi condecorado por esse percurso como Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa”, indicando que, mesmo depois do 25 de Abril de 1974, manteve a “voz revolucionária, sempre atento aos perigos das velhas e novas formas de opressão”.

Antes dos dois documentos, e com a presença de todos os grupos municipais, a assembleia aprovou por unanimidade outros dois votos de pesar do PS e do Livre pela morte do professor catedrático e politólogo André Freire, na quarta-feira, aos 63 anos, na sequência de uma intervenção cirúrgica num hospital de Lisboa.

O PS refere que André Freire foi um homem “assumidamente de esquerda, solidário e humanista”, com atuação cívica “em todas as frentes”, que “pugnou por uma sociedade mais democrática, uma cidade de Lisboa mais inclusiva”, tendo participado em diversas petições de cidadãos junto da assembleia municipal.

O voto do Livre enaltece a longa e respeitada carreira de André Freire, “com mais de 30 livros da sua autoria e mais de 100 artigos académicos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais”, lembrando que, em 2015, o politólogo participou na candidatura Livre/Tempo de Avançar, tendo integrado as listas às eleições legislativas desse ano.

Por proposta da mesa da Assembleia Municipal de Lisboa, os deputados viabilizaram, também por unanimidade, um voto de pesar pelas vítimas da depressão DANA em Espanha, “solidarizando-se com o povo espanhol neste momento de luto e destruição”.





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