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Quem tem um Ángel, tem direito aos céus (a crónica do Benfica-FC Porto) – Observador Feijoada

ByEdgar Guerreiro

Nov 10, 2024

Era o primeiro confronto da temporada, mas significava muito mais do que o primeiro confronto da temporada. Benfica e FC Porto encontravam-se no Estádio da Luz já depois de o Sporting ganhar ao Sp. Braga na Pedreira, mas estava mais do que isso em jogo: a saída de Rúben Amorim, a distância para a liderança dos leões e a derrota das duas equipas a meio da semana nas competições europeias.

De um lado, até por ter um jogo em atraso depois da partida adiada na Choupana, o Benfica sabia que não podia perder pontos. “A equipa fez um trabalho normal, de recuperação e preparação. Sinto a equipa confiante para jogar em casa perante um adversário difícil. Mas o importante é o que controlámos, a nossa preparação. Percebermos muito bem a equipa que enfrentamos, uma equipa com boa dinâmica, a jogar muitas vezes com alas por dentro e por fora, laterais também por dentro e por fora, saídas a três e médios nos corredores, está tudo identificado. Agora é saber o que fazer no momento defensivos e no momento ofensivo. Preparámos durante dois dias o jogo da melhor maneira. O importante é amanhã, reagir à Benfica perante os nossos adeptos”, disse o treinador encarnado, logo depois da derrota em Munique perante o Bayern, na Liga dos Campeões.

Ficha de jogo


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Benfica-FC Porto, 4-1

11.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Benfica: Trubin, Alexander Bah, Tomás Araújo, Otamendi, Álvaro Carreras, Florentino, Fredrik Aursnes (Rollheiser, 88′), Kökçü (Renato Sanches, 84′), Di María (Amdouni, 88′), Pavlidis (Arthur Cabral, 84′), Aktürkoğlu (Jan-Niklas Beste, 75′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, António Silva, Issa Kaboré, Schjelderup

Treinador: Bruno Lage

FC Porto: Diogo Costa, Martim Fernandes (João Mário, 61′), Nehuén Pérez, Tiago Djaló, Francisco Moura (Danny Namaso, 72′), Alan Varela, Stephen Eustáquio (Pepê, 61′), Nico González, Fábio Vieira (Gonçalo Borges, 86′), Samu, Galeno

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Zé Pedro, Vasco Sousa, André Franco, Deniz Gül

Treinador: Vítor Bruno

Golos: Álvaro Carreras (30′), Samu (44′), Di María (56′ e gp, 82′), Nehuén Pérez (ag, 61′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Álvaro Carreras (19′), a Alan Varela (19′), a Fábio Vieira (51′), a Martim Fernandes (52′), a João Mário (79′), a Nico González (90+1′), a Gonçalo Borges (90+3′)

Do outro lado, até porque o Sporting tinha acabado de vencer o Sporting na Pedreira, o FC Porto sabia que não podia abrir uma margem ainda maior para a liderança dos leões. “Não jogamos para responder a ninguém, apenas a nós próprios, ao que temos vindo a fazer e a construir. Esse espírito de missão e de conquista vai estar em cima. A agonia, após a forma como perdemos de forma injusta em Itália… O adepto do FC Porto gosta muito de jogar este tipo de jogos. Sabemos que vamos estar em massa e fortes amanhã. Queremos que os nossos adeptos possam vir com um sorriso na cara. A resposta que os jogadores me deram nas horas seguintes, no treino, deixa-me muito satisfeito”, indicou o treinador dos dragões, horas depois de perder em Itália com a Lazio, na Liga Europa.

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Neste contexto, e já a contar com Alexander Bah, Bruno Lage não surpreendia e lançava Tomás Araújo e Otamendi no eixo defensivo, com Kökçü e Florentino no setor intermédio e Di María e Aktürkoğlu no apoio a Pavlidis. Vítor Bruno mantinha Galeno e Fábio Vieira nos corredores, com Nico González nas costas de Samu e Stephen Eustáquio a surgir como companheiro direto de Alan Varela no meio-campo.

O jogo começou praticamente interrompido, com João Pinheiro a ser obrigado a parar a partida depois de vários potes de fumo terem sido atirados para a zona atrás da área de Trubin. O Benfica arrancou melhor, com mais posse de bola e uma presença positiva no meio-campo adversário, e o FC Porto ia demonstrando dificuldades claras na hora de contrariar a superioridade contrária e chegar perto da área encarnada.

Ainda assim, e como tem vindo a acontecer desde o início da temporada, os dragões mostraram uma verticalidade clara e poderiam ter inaugurado o marcador em duas ocasiões, com Galeno a atirar à malha superior (14′) e Samu a desequilibrar apesar de estar em fora de jogo (18′). Os encarnados souberam responder, calibrando um ascendente que não deixou de existir, e acabaram por abrir o marcador à passagem da meia-hora.

Tomás Araújo levantou na direita para a esquerda, Álvaro Carreras recebeu e tirou um adversário da frente antes de atirar cruzado para bater Diogo Costa (30′). O Benfica poderia ter aumentado a vantagem logo depois, num lance de insistência em que o guarda-redes do FC Porto fez três defesas consecutivas (32′), e Pavlidis ainda acertou no poste na sequência de um passe longo de Di María (40′).

Contudo, sem que nada o fizesse prever, os dragões chegaram mesmo ao empate ainda antes do intervalo. Francisco Moura cruzou rasteiro na esquerda e Samu, depois de um erro claro de Otamendi, aproveitou para desviar para a baliza e bater Trubin (44′). Aktürkoğlu ainda ficou perto de recuperar a vantagem, com um cruzamento que Moura intercetou (45+4′), mas Benfica e FC Porto foram mesmo empatados para o intervalo.

Nenhum dos treinadores fez mudanças ao intervalo e o Benfica, já depois de Aursnes ter a primeira oportunidade da segunda parte com um remate que passou a centímetros da baliza do FC Porto (48′), voltou a conquistar a dianteira do marcador logo nos instantes iniciais da segunda parte. Aktürkoğlu recuperou a bola em zona adiantada, deu em Aursnes e o norueguês soltou Di María, que finalizou na cara de Diogo Costa (56′).

Cinco minutos depois, apareceu o momento que acabou por definir o resultado final do Clássico. Tomás Araújo descobriu Bah, o lateral dinamarquês colocou na área e Pavlidis pressionou Nehuén Pérez ao ponto de o central desviar para a própria baliza e fazer autogolo (61′). Vítor Bruno respondeu com duas substituições, trocando Martim Fernandes e Eustáquio por João Mário e Pepê, mas o FC Porto ia demonstrando poucas ou nenhumas capacidades para contrariar a superioridade encarnada.

Já dentro dos dez minutos finais, o Benfica capitalizou a superioridade clara que tinha ficado patente ao longo de toda a segunda parte e carimbou a goleada. Alan Varela acertou em Otamendi na área de Diogo Costa e Di María, na concretização da grande penalidade, não falhou e bisou (82′). Até ao fim, Bruno Lage ainda teve tempo para colocar Renato, Arthur Cabral, Rollheiser e Amdouni, mas já nada mudou.

O Benfica goleou o FC Porto, naquele que foi o melhor resultado contra os dragões no novo Estádio da Luz, e ficou a dois pontos da equipa de Vítor Bruno, sendo que ainda tem um jogo em atraso. Ángel Di María voltou à titularidade, marcou dois golos e deixou claro que quem tem um jogador como o argentino, um craque mundial como o argentino, está sempre mais perto dos céus.





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